Maduro determina anexação e criação de estado em território da Guiana
O presidente venezuelano divulgou o "novo mapa" da Venezuela e obriga uso em escolas e universidades
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de extrema-esquerda, determinou a criação de um estado na Guiana, dois dias depois de venezuelanos votarem favoravelmente, em referendo realizado no domingo (3), à anexação do território de Essequibo, rico em petróleo, ouro e diamantes.
A Corte Internacional de Justiça, órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU), já se manifestou contrário à anexação, mas o governo venezuelano não reconhece a jurisdição da corte. O Exército Brasileiro já posicionou blindados na fronteira do Brasil com os dois países para garantir a segurança territorial do Brasil, mesmo considerando improvável uma invasão armada por parte da Venezuela no território guianense.
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Maduro afirma que a decisão foi realizada de forma democrática e será através de uma lei orgânica “para todos os governos e gerações futuras”. O presidente venezuelano ainda salienta que o assunto será resolvido “por bem ou por mal”. O general Alexis Rodríguez Cabello, foi nomeado como autoridade única para o território.
O presidente venezuelano determinou às empresas estatais Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) e Corporação Venezuelana de Guiana (CVG) a criação das divisões PDVSA Essequibo e CVG Essequibo, para conceder licenças operacionais à extração e exploração de petróleo, gás e minerais. O governante também autorizou a criação de um Plano de Atenção Social à população local, que incluirá a realização de um censo, a concessão da nacionalidade venezuelana e a entrega de carteiras de identidade à população dessa região.
Essequibo representa cerca de 70% do atual território de Guiana. Segundo estimativas, aproximadamente 300 mil pessoas vivem em Essequibo e um conflito poderia ter impactos econômicos e sociais nas áreas brasileiras próximas.