Venezuela ameaça invadir e anexar território de país vizinho
Mais de 95% dos venezuelanos que compareceram à votação foram favoráveis em anexar parte do território de Guiana rico em petróleo
A incorporação de parte do território de Guiana foi aprovada por 95,93% dos eleitores venezuelanos que compareceram no referendo convocado pelo ditador de extrema-esquerda, Nicolás Maduro, neste último domingo (3). A região de Essequibo, rica em petróleo, foi oficialmente declarada parte do território de Guiana em 1899.
Em 1811, a Venezuela conquistou sua independência e a região de Essequibo passou a fazer parte do novo país. Três anos depois, o Reino Unido comprou a então Guiana Inglesa (atual Guiana) por meio de um tratado com os Países Baixos e não ficaram definidos limites territoriais, levando à uma série de conflitos. Em 1899 foi emitida a Sentença Arbitral de Paris, que decidiu de forma favorável ao Reino Unido.
Em 1966, a Guiana Britânica conquistou sua independência, passando a ser República Cooperativa da Guiana. Atualmente, o presidente da Guiana é Irfaan Ali, de um partido alinhado com pautas socialistas e nacionalistas.
A Corte Internacional de Justiça, órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU), em Haia, decidiu na sexta-feira (1) que a Venezuela não pode anexar o país vizinho. As determinações são resultados de um requerimento da Guiana, apresentado em 30 de outubro, no órgão da ONU responsável por resolver disputas entre países. O governo venezuelano não reconhece a jurisdição da Corte.
Essequibo representa cerca de 70% do atual território de Guiana e é rico em petróleo, ouro e diamantes. Segundo estimativas, aproximadamente 300 mil pessoas vivem em Essequibo e um conflito poderia ter impactos econômicos e sociais nas áreas brasileiras próximas.
Texto: Pablo Bierhals