Lula e Maduro conversam sobre tensão na América do Sul
O presidente venezuelano ligou para o presidente brasileiro no sábado (9) para falar sobre disputa territorial de Venezuela e Guiana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um telefonema do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro na manhã de sábado (9). A informação foi divulgada pela assessoria do Palácio do Planalto. A conversa tratou sobre a situação em Essequibo, território da Guiana, rico em petróleo e reivindicado pela Venezuela.
Em nota, o Planalto informou que o presidente Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo, expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile. Além disso, recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz. A região em disputa faz fronteira com o norte do Brasil, no estado de Roraima.
No domingo (3), a Venezuela aprovou em referendo a anexação do território de Essequibo. O presidente venezuelano já determinou a criação de um estado na área disputada, que está no território da Guiana.
O assunto entrou na pauta do Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira (8) e o governo dos Estados Unidos anunciou a realização de exercícios militares aéreos conjuntos com militares da Guiana, adicionando um ingrediente extra de tensão.
Ainda durante a conversa com Maduro, o presidente Lula fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, faça uma mediação sobre o assunto entre as duas partes envolvidas.
O presidente brasileiro também reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas e pediu que não haja ações unilaterais que piorem a situação. Segundo informações da CNN Brasil, Lula já sinalizou aos aliados que vai romper politicamente com Maduro caso o venezuelano opte por invadir a Guiana.
Esta publicação contém informações da Agência Brasil.