Inter tem muitos objetivos contra o Avenida
Odair Hellmann vai aproveitar para definir o time da estreia colorada na Libertadores
Neste domingo, em Santa Cruz do Sul, Inter e Avenida fazem um jogo muito importante para que cada um tente se aproximar dos seus mais urgentes objetivos. O dono da casa, assustado com o rebaixamento, cansado pela bela batalha na Copa do Brasil, corre atrás de pontos para respirar melhor. E o visitante, perto da estreia na Libertadores, quer achar um jeito de jogar mais para sonhar com títulos.
Sem conseguir fazer o time decolar neste começo de temporada, o treinador tem feito testes e modificado a formação titular. Vinte e sete atletas já foram usados por Odair nestas sete rodadas do ano. E há pelo menos quatro vagas em aberto na equipe: a lateral esquerda, duas funções do meio-campo (um volante e um armador, caso se mantenha o tripé com três volantes; dois armadores; ou até mesmo algo mais ousado, dois atacantes de lado) e a vaga de centroavante — ou a do jogador mais agudo do ataque. Estes lugares no time são disputados por oito jogadores.
A de menor concorrência é a lateral, onde Iago — de atuações irregulares neste Gauchão — pode perder a vez para o experiente Uendel. Do meio para a frente, são seis brigando por três vagas: D’Alessandro, Nonato, Patrick, Neilton, William Pottker e Pedro Lucas. Odair Hellmann fez mistério para o jogo contra o Avenida. Edenilson e Nico López — dois titulares absolutos, além de Marcelo Lomba, Zeca, Rodrigo Moledo, Víctor Cuesta e Rodrigo Dourado — estão suspensos. Aí, abre-se uma série de possibilidades para que Odair monte o seu quebra-cabeças e encontre um time titular para a principal competição do ano.
No jogo contra o Brasil-Pel, o Inter foi escalado no sistema 4-2-3-1, com dois volantes, Dourado e Edenilson, um armador, D’Alessandro, dois atacantes de lado, Neilton e Nico López, e um centroavante, Santiago Tréllez. O esquema foi repetido diante do Juventude, mas com Dourado e Edenilson; Neilton, William Pottker e Nico López; Tréllez. Porém, na recente vitória sobre o Caxias, Odair voltou a 2018, com o seu 4-1-4-1, retomando os três volantes, Dourado mais Edenilson e Nonato, com dois atacantes de lado, William Pottker e Neilton, e um centroavante, Pedro Lucas.
A outra dúvida é mais pontual, pelo lado esquerdo da defesa. Sejamos sinceros: nem Uendel nem Iago são laterais dos sonhos dos colorados. Se o Inter ficou anos e anos sem um lateral-esquerdo confiável até o surgimento de Jorge Wagner (ala-esquerdo de Abel Braga na Libertadores), de Rubens Cardoso (lateral-esquerdo no Mundial de Yokohama), Marcão (bem ou mal foi campeão da Sul-Americana, no Inter de Tite, talvez a melhor formação do clube depois de 2006), e de Kléber (campeão da Libertadores de 2010, mas, sim, odiado por parte da torcida, que o chamava de “Chicletinho”, por “mascar” demais o jogo e, por vezes, demorar a recompor), a posição não tem um dono confiável. Passaram por ali Fabrício, Geferson e Artur. O que só confirma a teoria de que a “camisa 6” segue à procura de um grande nome.
Uendel foi contratado para a Série B. Chegou valorizado, disputou a vaga com Carlinhos e venceu. Depois, foi superado pela juventude de Iago. Agora, ao que tudo indica, Odair Hellmann abriu a concorrência na função projetando a Libertadores. Uendel oferece maiores recursos defensivos à equipe, com algumas boas chegadas à frente. Com Iago, ocorre o inverso: bons avanços e marcação frágil. Odair tem uma escolha difícil pela frente.