Incêndio da boate Kiss começará a ser julgado dentro de 30 dias
Julgamento deverá ter a duração de duas semanas. Quatro réus irão a júri sob acusação de homicídio simples contra 242 vítimas
O incêndio da boate Kiss, ocorrido em Santa Maria, começará a ser julgado no dia 1º de dezembro de 2021 pelo Tribunal do Júri, em Porto Alegre. Os quatro réus irão a júri sob acusação de homicídio simples, com dolo eventual, contra 242 vítimas. O julgamento deverá durar aproximadamente duas semanas, um dos mais complexos e emblemáticos da Justiça do Rio Grande do Sul.
Quem são os réus do Incêndio da Boate Kiss
Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate Kiss, Marcelo de Jesus dos Santos, músico e Luciano Bonilha Leão, produtor de palco. Eles respondem por mais de duas centenas de homicídios simples e mais de seis centenas de tentativas de homicídios.
A acusação
Eles são acusados pelo Ministério Público (MP) de terem agido com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) pela morte de 242 pessoas na madrugada de 27 de janeiro de 2013. Os quatro ainda respondem pela marca de 636 feridos, abrigados na figura jurídica da tentativa de homicídio.
Quem será o juiz
O júri será presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto. O julgamento ocorrerá no plenário do 2º andar do Foro Central I, em Porto Alegre, espaço recém-reformado e que, agora, irá receber novo mobiliário. Há um amplo esquema de segurança em projeção, além de operação para transporte, isolamento e incomunicabilidade de jurados e testemunhas.
Quem serão os promotores
Lúcia Helena Callegari: iniciou a carreira de promotora em 1998 e, até hoje, participou de mais de mil júris. Entre eles, alguns notórios, como o do julgamento dos assassinos do ex-secretário de Saúde e ex-vice-prefeito de Porto Alegre Eliseu Santos e o de Ricardo Neis, que atropelou um grupo de ciclistas na capital gaúcha
David Medina da Silva: promotor desde 1996. Foi presidente da Fundação Escola Superior do Ministério Público entre 2013 e 2019. A partir de 2021, passou a atuar na promotoria de justiça criminal de Porto Alegre
Assistente de acusação: advogado Pedro Barcellos, que representa a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM)
Como será o tribunal do júri do caso Kiss
O tribunal do júri
Juiz: Orlando Faccini Neto, titular do 2º Juizado da 1ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre
Local: plenário do 2º andar do Foro Central I, em Porto Alegre
Duração: previsão de se estenda por, aproximadamente, duas semanas
O julgamento começa no dia 1º de dezembro de 2021 e prosseguirá diariamente até o seu término, incluindo sessões aos finais de semana. A previsão é de início sempre às 9h, com intervalo para almoço e, depois, continuidade dos trabalhos até o turno da noite. É previsto intervalo para lanche/janta, mas os detalhes das paralisações serão decididos diariamente pelo juiz em conjunto com o MP e os advogados dos réus.
A tendência é de que o caso Kiss se confirme como o maior julgamento da história do Rio Grande do Sul: até a manhã de quinta-feira (28), o processo continha 18.685 páginas, 87 volumes e 35 apensos.