O titular da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, delegado Cléber Ferreira, informou, na manhã desta-feira, que já identificou os dois suspeitos de terem assassinado a médica do Hospital Banco de Olhos Graziela Müller Lerias, de 32 anos, no último domingo, na zona Norte de Porto Alegre. A oftalmologista foi atingida por um tiro no abdômen durante assalto, no cruzamento das avenidas Sertório e Ceará, quando retornava de Camaquã, onde passou o Dia dos Pais. O alvo era o veículo, um Citröen C4 Pallas. Uma irmã de Graziela estava no carro e presenciou o crime.
O veículo foi localizado na noite de segunda-feira abandonado na avenida Edgar Pires de Castro, bairro Lageado, na zona Sul. Para não deixar impressões digitais, os criminosos incendiaram o automóvel. Além disso, os documentos de Graziela foram deixados em uma caixa coletora dos Correios instalada na avenida Otto Niemeyer.
O delegado disse que pretende prender a dupla nas próximas horas. Em depoimento, a irmã da vítima descreveu como ocorreu a abordagem e as características dos ladrões. “Elas vinham pela Sertório e antes de atingir a Ceará, tiveram de diminuir a velocidade, porque o fluxo do trânsito estava pesado. Os indivíduos bateram com o revólver no vidro do carro, anunciando o assalto”, relatou. Para Ferreira, a médica pode ter se assustado e os criminosos acabaram desferindo três tiros contra o veículo, que foi roubado.
Ontem, familiares e amigos de Graziela realizaram uma caminhada, na Capital, pedindo justiça pelo assassinato da médica.
A manifestação iniciou por volta das 16h em frente ao Museu de História da Medicina, na avenida Independência. Por volta das 17h, balões brancos foram soltos e o grupo, de aproximadamente 150 pessoas, seguiu em direção ao Palácio Piratini, onde o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e o chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt, receberam a comitiva.
Conforme uma das organizadoras do movimento e ex-colega de trabalho de Graziela, Julia Teixeira, a ideia da manifestação era prestar uma homenagem à médica e pedir um olhar mais atento dos gestores em relação a violência urbana.