Fique atento: greve dos professores estaduais inicia na próxima terça
Magistério cruza os braços contra pacote do governo gaúcho
Os professores da rede estadual de ensino decidiram, em assembleia realizada nesta quinta-feira, parar as atividades a partir do dia 13 de dezembro, terça-feira que vem. A mobilização foi anunciada como oposição ao pacote de medidas do governo, que tramita na Assembleia Legislativa e deve ser votado nas próximas semanas.
Helenir Schürer, presidente do CPERS, critica o plano de reforma da estrutura da máquina pública proposto pelo Executivo, classificado pelo sindicato que representa os professores como “pacote de maldades”. “Nós estamos vivendo 10 meses de parcelamento de salários e os que nos garante o pagamento é o artigo 35, que diz que o governo precisa pagar o salário integral até o último dia do mês. Também está na Assembleia um projeto em que o governo poderá pagar 50% do 13° até 20 de dezembro e os outros 50% poderá pagar até 30 de novembro de 2017. Isso, para nós, é um confisco de 50% dos nossos direitos. O governo joga com “altos salários” para a comunidade, mas não fala que também para os servidores que ganham R$ 950.”
O movimento também se opõe ao fechamento de aproximadamente três mil postos de trabalho através da extinção de nove fundações. A greve deve se estender até o dia de votação do pacote na Assembleia Legislativa.
Questionada sobre a possibilidade de prejuízo das aulas e a consequente necessidade de recuperação do período letivo afetado, Helenir Schürer afirmou que essa é uma pergunta que deve ser respondida pelo próprio governador. “Nós fizemos uma greve de 54 dias e é bom se recordar que quando se garantiu que não iam fazer reestruturação do difícil acesso, que era uma das nossas pautas, o governo só formulou essa proposta depois de 50 dias de greve. Esperamos que o governo chame os servidores para conversar. Essa pergunta de como será a recuperação, a gente não sabe. Isso fica a critério do governador de quando ele quiser negociar.”
Por meio de nota, o governo afirmou que a greve dos professores é equivocada e inoportuna, já que o ano letivo se encerra no dia 23 de dezembro, prejudicando os estudantes, principalmente quem está para concluir os ensinos Fundamental e Médio, e a Educação Profissional. Além disso, o Executivo defendeu que o conjunto de medidas busca reverter, no médio e longo prazo, o cenário de déficits sucessivos ao longo das últimas quatro décadas. O compromisso prioritário seria “atender especialmente educação, segurança, saúde, infraestrutura e áreas sociais”.
Ao encerrar o comunicado, o governo declara acreditar que a maior parte da categoria compreende o momento que o Rio Grande do Sul está vivendo e que, por isso, os professores considerados “conscientes” encerrarão o ano letivo na data prevista.
