“Fica desleal alguém infringir a lei e ser beneficiado”, afirma procurador do município
Fabiano Ribeiro destacou que o poder público está tentando fazer o seu trabalho e a comerciante também; entenda
Na manhã desta sexta-feira (05), o programa Bom Dia Camaquã, repercutiu os fatos do vídeo divulgado na tarde de quinta-feira (04), onde uma comerciante tenta agredir um fiscal da Prefeitura Municipal de Camaquã. O vídeo foi divulgado nas redes sociais.
O caso aconteceu na rua Cristóvão Gomes de Andrade e foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Camaquã. A comerciante Glaci Ferreira participou do programa onde trouxe o seu relato sobre o ocorrido.
O procurador do município de Camaquã, Fabiano Ribeiro, também participou do programa da ClicRádio. Segundo ele, o poder público está tentando fazer o seu trabalho e a comerciante também. “Mas infelizmente, por conta das regras impostas pelo decreto, ela não podia estar lá”, afirmou.
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A informação de que a comerciante estava com a loja aberta, chegou na procuradoria, na segunda-feira (01) através de várias denúncias. “Se todos os outros bazares estão fechados, fica uma concorrência desleal, alguém infringir a lei acabar tendo benefício econômico por conta disso”, salientou. Fabiano mencionou ainda que a “normativa existente é essa e o poder público municipal tem que ir lá e cumprir”, disse.
Ainda segundo o relato do procurador, a comerciante estava com a loja aberta e ela não estava só fazendo tele-entrega. Os fiscais foram no local, na segunda-feira e a comerciante os recebeu com agressividade. No outro dia, os fiscais foram novamente e a situação foi a mesma. “Teve denúncia para a Brigada, que foi até lá e as portas estavam fechadas naquele momento. Ontem pela manhã, seguiram várias denúncias e os fiscais foram até lá e autuaram ela”, disse.
Assista a entrevista completa (a partir de 1h56min):
De acordo com o registro divulgado pela DPPA de Camaquã, o caso ocorreu no tradicional “Ponto Chic”, no Centro de Camaquã. A proprietária de um bazar estava atendendo clientes, em desacordo com o Decreto Estadual, que não permite o atendimento ao público de serviços descritos como não-essenciais. De acordo com a Fiscalização da Prefeitura, foram diversas denúncias realizadas contra o comércio ao longo dos últimos dias.
A comerciante foi multada em R$2 mil. Após a multa, ela ficou descontente e passou a tentar agredir um dos fiscais em frente ao seu estabelecimento. Internautas do Clic Camaquã testemunharam o ocorrido e afirmaram que a comerciante estava visivelmente alterada.
De acordo com a ocorrência policial, a mulher responderá criminalmente pelas infrações penais cometidas, segundo a Polícia Civil. O boletim de ocorrência foi registrado pelos crimes de Desacato e Desobediência.
Assista o vídeo registrado por uma câmera de videomonitoramento:
Entenda o relato da comerciante
Na manhã desta sexta-feira (05), a comerciante Glaci Ferreira participou do programa Bom Dia Camaquã e trouxe o seu relato sobre o ocorrido. Glaci mencionou que está passando por muita agonia e humilhação. “É isso que está acontecendo, não temos direito a nada, somos humilhados, somos criticados e na verdade as coisas não são bem assim. Nós temos o nosso direito”, disse.
A comerciante comentou que os direitos são dos dois lados. Segundo ela, a Prefeitua tem funcionários que se dizem fiscais, mas que não se identificam. “O problema foi que ele chegou no meu comércio, chutou a porta, empurrou e disse que eu teria 1 minuto para fechar aquela porcaria ou então ele me obrigaria e até me machucaria se eu não fosse embora e não trancasse aquela porta”, afirmou.
Gleci informou que partir deste momento, ela pediu para que o fiscal se identificasse, pois a tele-entrega está permitida. A comerciante informou ainda que o fiscal disse que ela não poderia passar daquela porta. “Como eu vou ficar em casa se as minhas mercadorias estão na loja. Não tem como eu levar tudo para o meu apartamento minhas mercadorias, eu tenho que ficar aqui dentro”, ressaltou.
Ainda segundo a comerciante, já é a segunda vez que os fiscais vão até o seu comércio. “Ele chegou, pegou o papel com a multa, jogou no meu rosto e saiu correndo e atravessou a rua… Eu peguei aquele papel, joguei o papel assim como ele me agrediu, eu só me defendi”, afirma.
