“Eu sou do grupo de risco, se eu positivar e precisar de uma UTI eu vou morrer”, afirma prefeito
Ivo de Lima Ferreira, participou do Controle Geral de sábado (06) e divulgou com exclusividade as principais medidas de lockdown, com o fechamento de todas as atividades em Camaquã
Na manhã de sábado (06), o prefeito Ivo de Lima Ferreira, participou do programa Controle Geral. Na oportunidade, o prefeito divulgou que está decretado lockdown em Camaquã, para conter o avanço do Covid-19.
O decreto oficial vai ser divulgado na segunda-feira, 08 de março. O prefeito adiantou que o lockdown será realizado das 20h de sexta-feira (12) até às 5h da manhã de terça-feira (16).
A princípio, poderão funcionar apenas os postos de gasolina, com a exceção das lojas de conveniências, que permanecerão fechadas. Além do serviço de farmácia, apenas com a tele-entrega. A Prefeitura Municipal de Camaquã está realizando reuniões, desde a noite de sexta-feira (05) para decidir o que é melhor para a cidade.
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A reunião aconteceu com as entidades, como Câmara Municipal de Camaquã e alguns secretários, a Associação Comercial e Industrial de Camaquã (ACIC) e o Sindilojas Costa Doce. Somente duas entidades não concordaram e como a decisão foi pela maioria dos votos, foi decretado o lockdown. O prefeito não informou quais não concordaram e salientou que “nós temos que pensar que a responsabilidade caí em nosso colo”, afirmou.
Só vai ser divulgado o que vai ser permitido e o que não será permitido, na segunda-feira, 08 de março. As medidas serão divulgadas a partir de um decreto, com medidas iguais para os municípios. “Nós vamos manter a imprensa bem informada, para a população ter tempo de se organizar”, destaca.
Durante a reunião, participou também a delegada e a promotora do ministério público de Camaquã que vão dar subsídio para a fiscalização da Prefeitura. O prefeito salientou que poderão ter multas bem pesadas, caso não sejam respeitadas as medidas de orientação da fiscalização. “Nós vamos agir fortemente… Vamos fazer ação para parar Camaquã e para as pessoas não circulem nesses três dias”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal dos Vereadores de Camaquã a decisão de fazer esse protocolo, entre os municípios do Consorcio Centro Sul, de ser um consenso Regional. Ele informou ainda que “a cada 10 casos de Covid, 8 são positivos… o simples fato de não ter leito, já é um colapso de saúde”, disse.
O prefeito afirmou que todas as pessoas que estão com sintomas, estão sendo testadas. “É assustador, nos últimos dois dias tivemos mais de 100 casos por dia e dessas 100 pessoas infectadas 30%, vai parar no centro de saúde”, salientou.
A medida de lockdown foi decidida, na tentativa de que a curva de casos positivos diminua. Ivo de Lima Ferreira, mencionou ainda que a divulgação foi feita uma semana antes, para que de tempo das pessoas se organizarem para esses dias em completo isolamento. “São só três dias, não é uma semana e nem um mês… as pessoas têm que se conscientizar, é um caos público de saúde”, disse.
O prefeito demonstrou a extrema preocupação com o atual momento. “Eu sou do grupo de risco, se eu positivar e precisar de uma UTI eu vou morrer. Não vai ter solução para mim, por que eu sou prefeito de Camaquã eu vou ter mais direito? Não. Eu sou igual os outros e vou entrar na fila igual e não vai ter. Não vai ter para mim, não vai ter para o gari que trabalha de dia na rua. Não vai ter para ninguém. Hoje está esgotado”, lamentou.
Assista a entrevista completa (a partir de 2h50min):
