Técnico campeão da Copinha monta estúdio em casa e faz até provas em “universidade” do Inter
Técnico Fábio Matias conta em Podcast do GloboEsporte.com como é a rotina de trabalhos à distância com sub-20 colorado
Posiciona a equipe no quadro tático, ajusta o esquema de jogo e… Confere iluminação, enquadramento e áudio antes de apertar o botão “gravar”. É assim que o técnico Fábio Matias se adapta aos dias sem atividades nas categorias de base devido à pandemia do coronavírus. A ponto até de improvisar um estúdio em casa para passar orientações, treinos e até tarefas aos atletas do time sub-20 do Inter.
Pouco menos de quatro meses após o penta da Copinha com vitória sobre o Grêmio na grande final, o treinador foi obrigado a trocar o verde dos gramados do CT Morada dos Quero-Queros pelo branco da parede do quarto de um dos filhos. É ali que Matias passa até quatro horas por dia entre gravações e edições de vídeos com conceitos táticos e orientações aos comandados.
Sem previsão de retomar as atividades presenciais, o Inter usa um aplicativo de videoconferências para que a comissão técnica passe séries de exercícios aos garotos que seguem em quarentena em suas respectivas casas. Os treinos ficam aos encargos da preparação física. Cabe ao treinador assumir as vezes de professor e lecionar na “Universidade Colorada” como o próprio brinca.
– É bem diferente. Estou desde 2008 trabalhando como técnico de formação. A gente teve que se reinventar um pouco. Montei praticamente um estúdio aqui em casa, num dos quartos dos meus filhos. É celular, computador, então a gente tem feito várias coisas. Questão da edição do material para os atletas – afirma o treinador.
“É a universidade colorada”
Fábio participou do Podcast do Inter no GloboEsporte.com para contar um pouco da nova rotina. A comissão técnica organizou um plano de trabalho mensal para a categoria sub-20, com um cronograma de aulas e conceitos a ser passados para os atletas.
O treinador usa os vídeos e os quadros táticos com exemplos da própria equipe para que os garotos entendam as movimentações em todas as fases do jogo: ofensiva, defensiva, transições e bola parada. Não para por aí.
A cada semana, o técnico elabora questionários e dá prazos para que os jogadores respondam os testes. Depois, ele ainda escolhe três atletas para apresentar em vídeo as suas respostas e expô-las para debates.
— A gente montou um plano de trabalho. Eu baixei um software em que aparecem a minha imagem e o campo de jogo. Eu monto a movimentação e a explicação. Depois, faz uma edição com alguns vídeos deles relacionados à parte teórica. Eles têm prazo de entrega dos trabalhos (risos). Como se fosse uma universidade. Está sendo muito interessante — afirma.
O treinador – ou professor – assegura que os “estudantes” têm assimilado o conteúdo, a ponto de se surpreender com algumas respostas. Entre 70 e 80% deles estariam aprovados na universidade colorada. Mas também tem a turma do “fundão”.
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