Lincoln é fruto de descoberta por acaso no Grêmio
Meia era destaque nos treinamentos das categorias maiores
O futebol é pródigo em histórias dignas de conto de fadas. A do meia do Grêmio Lincoln é mais uma delas. Uma descoberta quase por acaso. Envolve um corretor de seguros autônomo, uma cliente que era professora e um menino de apenas nove anos e meio de idade que brilhava com a bola nos pés nos recreios da escola. Assim surgiu o novo xodó gremista.
Era final de junho de 2008 quando Antônio Angelo Souza, aquele que viria a ser o pai futebolístico do meia, foi visitar uma cliente, uma reunião repentina. Ainda trajava o uniforme da sua escolinha conveniada do Grêmio em Viamão. Uma roupa que mudou o futuro do guri que hoje tem 17 anos e que pode também ter mudado, na semana passada, a vida do Tricolor na Libertadores.
“Ela viu a roupa e disse que não sabia que eu trabalhava também com crianças e futebol. Então, me contou de uma criança na escola dela que todos comentavam que era diferenciado”, relembra Antônio. A escola era a Heitor Villa Lobos, na Lomba do Pinheiro, bairro onde Lincoln residia com a família. Bastou um intervalo da aula para que o garoto mostrasse o seu talento.
Destaque no primeiro teste
Alguns dias depois, ele foi até Viamão acompanhado de um irmão mais velho para o primeiro teste. O jovem barbarizou e voltou dois dias depois para treinar com meninos de 10 e 11 anos. Lincoln foi destaque outra vez nos treinamentos. A escolinha era pequena para o seu talento. Antônio, então, contatou Remi, ex-goleiro do Grêmio nos anos 1980 e treinador do time sub-10 na época. Alguns dias depois, no campo do Cristal, o guri passou pela prova definitiva.
Depois de 20 dias, tempo necessário para a regularização de toda documentação, entre ela até a sua primeira carteira de identidade, ele começava a sua caminhada no Grêmio. Foi a primeira das mais de uma dezena de indicações da escolinha criada em 2006. Pelo contrato estipulado com o clube, a escola tem direito a 10% dos direitos econômicos do jogador.