Grêmio faz diagnóstico de vendas no Brasil e adapta política para acelerar uso de jovens da base
Diretor geral da base fala em "entregar mais rápido possível" novas alternativas para o profissional
O Grêmio é reconhecido no Brasil por sua gestão responsável. Sem gastos exorbitantes, o clube gaúcho mantém a política de vender atletas formados nas categorias de base para gerar receita. Para isso, precisa dar espaço a eles.
Depois de realizar um estudo com as últimas grandes vendas do país, o Tricolor colocará em prática uma mudança no processo de promoção de jovens.
O CEO gremista, Carlos Amodeo, fez um levantamento sobre os negócios mais milionários do mercado brasileiro. A idade dos atletas, na média, bate nos 19 anos.
O exemplo está no próprio clube: no início de 2019, vendeu Tetê, então com 19 anos, sem ao menos colocá-lo para jogar no profissional. Arrecadou mais de R$ 40 milhões com o garoto.
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vice-campeão da Copa São Paulo, em janeiro, para o grupo de transição. Parte destes já vislumbra o pulo para o profissional, como mostrou o GloboEsporte.com.
“Acelerar o processo de formação e entregar para o profissional mais cedo possível. Se estamos diante de um aproveitamento mais precoce pelos europeus, vamos ter que nos adaptar a isso” (Gustavo Schmitz, diretor geral da base)
— Esta promoção, minutagem, rodagem dos atletas terá que acontecer cada vez mais cedo. Por isso antecipamos a subida dos 11 atletas com idade de base para ficarem nesta vitrine ou à disposição da comissão técnica — explica o diretor geral da base gremista, Gustavo Schmitz.
Apesar de todas as polêmicas envolvidas, a saída de Tetê para o Shakhtar Donetsk mostra como o Grêmio trabalhava o processo de maturação do atleta. Arthur só passou a jogar com frequência em 2017, já com 21 anos. Semelhante ao que ocorreu com Jean Pyerre e Matheus Henrique.
A política deu resultado, mas traz um problema na hora das vendas. Everton, carro-chefe em possibilidade de saída, já tem 24 anos. Idade considerada alta para os grandes europeus. Pepê, aos 23, na mira do Wolfsburg, da Alemanha, segue o mesmo caminho.
— Há quem diga que 23, 24, 25 anos seriam atletas já com dificuldade maior de mercado, já “velhos” – resume Schmitz.
Como o investimento na base tem sido uma política do clube, o uso no profissional passa a ser uma maneira de justificá-lo. E também um jeito de evitar a desmotivação dos jovens, que querem logo conviver com os ídolos e referências no grupo principal.
— Com o objetivo de evitar isso, muito provavelmente até por uma questão orçamentária, não só o Grêmio como a grande maioria dos clubes terá que passar por isso. Aproveitar atletas mais cedo, dar mais minutos para não sair contratando com grandes investimentos e valorizar os garotos mais rapidamente para uma eventual venda — completa Schmitz.