Provas do Enem no IFSul Camaquã são transferidas para os dias 3 e 4 de dezembro
As pessoas que farão provas na instituição terão de aguardar mais um mês para se submeter ao teste
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 191.494 candidatos – 2,2% do total – só serão aplicadas nos dias 3 e 4 de dezembro. O adiamento foi anunciado pela direção do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ao confirmar que 304 locais que receberiam o Enem, neste final de semana, seguem sob ocupação de alunos; a maioria delas concentrada nos estados de Minas Gerais e Paraná.
Em Camaquã, até esta quarta-feira (2), apenas o IFSul Camaquã mantinha-se de portas cerradas, em protesto por medidas como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 e a Reforma do Ensino Médio.
Ao conceder entrevista coletiva, a presidente do Inep, Maria Inês Fini, defendeu que a medida não representaria vantagem aos mais de 191 mil candidatos, que ganhariam mais tempo aos estudos. “Os estudantes se preparam ao longo de todo o Ensino Médio ou estão se preparando durante todo este ano. Por isso, não entendemos que este um mês se transformará em vantagem a alguém.”
Maria Inês também argumentou que a mudança dos locais de prova, às vésperas da aplicação, colocaria em risco a segurança do Enem. O Exame exige um plano logístico de distribuição do material, com rotas predefinidas, escoltas e efetivo policial definido para a operação. A alteração implicaria em reprocessar todo o material para readequação da logística. Isso sem falar que os lugares escolhidos precisam contar com estrutura mínima de acessibilidade, com banheiros adaptados e mobiliário adequado para cadeirantes, surdos e cegos.
E o tamanho do prejuízo financeiro?
O Inep não revelou as cifras a serem desembolsadas, mas admitiu que o valor será elevado para imprimir e distribuir novas provas, contratar novos locais, acertar com os fiscais, além do processo de correção. Ou seja, a logística é completa. O Enem custa para o governo R$ 90,00 para os isentos de taxa de inscrição e R$ 72,00 para os alunos que pagaram. O custo de cada prova adiada deverá ser de cerca de 70% desse total, uma vez que neste final de semana o Ministério da Educação (MEC) deixará de gastar com fiscais, por exemplo.
Saiba mais
– Como os estudantes afetados pelas ocupações serão informados?
Os inscritos afetados pelas ocupações serão avisados pelo Inep por meio de SMS, e-mail e divulgação nos sites e redes sociais do MEC (www.mec.gov.br) e do Inep (www.inep.gov.br). Também será possível acessar o aplicativo Enem 2016 ou ainda se informar pelo 0800 616161.
– Se até a data do Enem alguns destes locais forem desocupados, poderá haver a aplicação normal?
Não. O prazo estabelecido era até 31 de outubro. Portanto, não haverá mais a aplicação nestes locais mesmo que sejam desocupados até sexta-feira.
– E se outros locais de prova forem ocupados até sexta-feira?
Também não será aplicado o Enem 2016 nestes locais. Os inscritos afetados pelas ocupações farão provas nos dias 3 e 4 de dezembro.
– A aplicação em 3 e 4 de dezembro será nestes mesmos locais que estão ocupados?
O Inep está preparando novo plano logístico para garantir a segurança e a tranquilidade da aplicação das novas provas.
– E a divulgação dos resultados?
A data será a mesma para todos os candidatos. Os estudantes que farão a prova em dezembro não serão prejudicados, pois haverá tempo hábil para utilização dos resultados no Sisu, no Fies e no Prouni. O governo também se compromete com a isonomia do Enem, com três aplicações com grau de dificuldade equivalente. Além das datas de 5 e 6 de novembro e 3 e 4 de dezembro, o Enem também será realizado nos dias 6 e 7 de dezembro a Pessoas Privadas de Liberdade (PPL) e a jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade.