Professores estaduais decidem encerrar greve
Aulas serão retomadas na segunda-feira
Depois de um dia de protestos da categoria na Capital gaúcha, os professores estaduais decidiram pela suspensão da greve em assembleia realizada nesta sexta-feira (4). Mais de 2 mil pessoas participaram do debate promovido pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) na Casa do Gaúcho, localizada no Parque Harmonia, em Porto Alegre. Os educadores estavam paralisados desde a última terça-feira (1º) e retornam para as salas de aula nesta segunda (7).
A definição de interromper a greve, porém, foi questionada por parte dos professores. Os favoráveis à manutenção contestaram o resultado e pediram que fosse anulada a decisão por mãos levantadas. A partir disso, os votos foram depositados em urnas, e o resultado foi confirmado somente por volta das 17h, depois de contadas as cédulas.
De acordo com o Cpers, 1.015 professores votaram pela retomada aos trabalhos e 705 pela manutenção da paralisação. Em apuração da Rádio Gaúcha, o número teria sido 1051 para 683.
De acordo com a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, a suspensão da greve é importante para dar fôlego à categoria em uma mobilização futura.
– Vamos ter três semanas para conversar muito com a nossa comunidade e formar uma forte aliança. Porque logo ali adiante vamos ter de impedir o encontro de folhas. E eu não tenho dúvidas de que será por uma nova greve – avalia.
Além da volta às escolas, a categoria também deliberou por uma nova assembleia em 1º de setembro e um calendário de mobilização durante o mês de agosto.
– Queremos fazer uma nova greve mais forte e, por isso, já estamos em construção com outras categorias – observa Helenir.
A linha de raciocínio do Cpers foi formulada na quinta-feira, em reunião do conselho. Na ocasião, dos 42 núcleos do sindicato no Estado, 29 aprovaram a suspensão da greve já nesta sexta. Seis decidiram pela manutenção da paralisação até o pagamento do salário integral. Três não compareceram, e 12 não realizaram assembleia.
Para a presidente do Cpers, isso representa um momento de “acúmulo de forças” para evitar o “calote dos servidores”.
– O depósito de apenas R$ 650 pegou muita gente no contrapé. Nós fizemos essa greve para mostrar que estamos atentos e que estamos mobilizados – argumenta.
Protestos
Antes da assembleia, os educadores fizeram atos de protesto durante a manhã. Eles trancaram a Avenida Borges de Medeiros, em frente ao Centro Administrativo Fernando Ferrari, por cerca de uma hora. Depois foram em caminhada até o Palácio Piratini, onde fizeram novo ato contra o parcelamento dos salários dos servidores.