Limites na educação do seu filho. O que é isso?
Psicóloga Jaqueline da Maia traz dicas importantes
A cada dia mais e mais se ouve falar em limites e na busca incessante para a resposta: – A quem cabe a responsabilidade de definir até onde nossos filhos poderão ir? De um lado pais que não sabem como proceder, totalmente perdidos em suas inseguranças, de outro os professores que recebem inconscientemente a sobrecarga da representação de papéis que não são seus, e no outro extremo dessa reflexão, encontramos uma sociedade que ocupa e exerce uma posição dualista: é vítima e cúmplice desse comportamento gerado por tamanha confusão de identidades.
Exercer a condição de pai e mãe não é tarefa fácil, afinal é uma mudança radical e definitiva na vida. Os filhos no processo de crescimento oferecem necessidades cada vez maiores, algumas foram criadas dentro de um contexto consumista que contamina nossa sociedade, se os pais não se prepararem para tal situação, haverá uma inversão de valores e não muito raro encontraremos crianças pequenas determinando o que e como será o desenrolar da vida familiar, esta mesma criança precisa de alguém que lhe indique os caminhos e não ao contrário. Os pais por muitas vezes vivem sob o assombro da culpa, vítimas do medo de não corresponderem às expectativas geradas em torno de ideais, e se tornam reféns dentro de suas fragilidades, e a viagem que deveria ser de crescimento, realização e alegria neste processo de maternidade e paternidade, muitas vezes se torna amargo.
Os professores além de educadores se veem em várias situações de vulnerabilidade, e não muito raro assumindo papéis que não lhes competem, encontram-se impossibilitados e desprotegidos por todo um sistema que grita por significativas mudanças e revisões de conceitos.
Uma criança é uma gama de sentimentos jorrando a procura de uma forma que as contenha e as assegurem, os pais antes de tudo são os contentores, cabe a eles a função primordial de ensinar, estancar, parar, segurar, reter, encarar os momentos de tensão agindo com sabedoria e tranquilidade, afinal não deve ser difícil contatar a criança ou adolescente interior que vive dentro de nós e nos colocarmos no lugar de nossos filhos, sabedores de toda a conflitiva que se chama adolescência e utilizando de uma boa dose de dialogo recheado de paciência e humildade oferecendo conforto e segurança a quem em processo de transformação tem medo do futuro que chega sem pedir licença.
Jaqueline da Maia – Psicóloga – CRP 07/19.163
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