Greve do magistério termina, depois de três meses, no RS
Desta vez, maioria dos servidores acatou o posicionamento do Conselho do sindicato, que havia recomendado o fim da paralisação
Em uma assembleia com cerca de 2 mil filiados ao Cpers Sindicato, no Ginásio do Gigantinho, os professores da rede estadual decidiram, hoje, encerrar a greve da categoria, que completou 94 dias. As aulas devem ser retomadas a partir da segunda-feira nas escolas afetadas total ou parcialmente pelo movimento. No mesmo dia, vai ser iniciada a organização para a recuperação do ano letivo. Cada escola deve formular um calendário próprio, a ser submetido ao conselho escolar e, se aprovado, à Coordenadoria Regional de Educação.
Desta vez, a maioria dos servidores acatou o posicionamento do Conselho do sindicato, que havia recomendado o fim da greve. O encontro, porém, terminou em princípio de confusão entre opositores e a atual direção da entidade. Apesar disso, ninguém se feriu com gravidade. Uma professora deixou o local prometendo registrar na Polícia Civil um boletim de ocorrência por ter sido atingida com spray de pimenta.
Na prática, o magistério encerra o movimento sem garantir a retomada do pagamento de salários e do 13º em dia. Em novembro, pela 24ª vez na gestão atual, o Piratini não conseguir pagar a folha dentro do prazo legal, que é o último dia útil do mês. Depois de 21 folhas parceladas, nos últimos três meses, a Fazenda passou a priorizar os vencimentos menores.
Sobre o 13º de 2017, ainda não há definição. Em 2016, o benefício teve de ser parcelado em 12 vezes. A Fazenda condiciona os recursos à venda de 49% das ações do Banrisul, adiada devido à queda da cotação, e também à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, do governo federal. O Regime é contestado pelo funcionalismo, já que tende a impor mais seis anos de salários congelados para os servidores, em troca de perdão provisório da dívida com a União e da liberação de empréstimos para investimento.