Estado orienta escolas a não utilizarem livro que fala sobre incesto
No total, 93 mil exemplares foram encaminhados para crianças de sete a oito anos
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) está orientando escolas do Rio Grande do Sul a manterem dentro das caixas os exemplares do livro “Enquanto o Sono Não Vem”, encaminhado pelo governo federal através do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Na última semana, o Ministério da Educação (MEC) determinou que fossem recolhidos os 93 mil exemplares em todo o Brasil porque o livro trata de incesto em uma das histórias
A obra foi encaminhada para alunos de sete a oito anos, que cursam o 1º, 2º e 3º ano, mas só é utilizada dentro do programa, para alunos que precisam de reforço para alfabetização.
O conto “A Triste História de Eredegalda” trata do desejo de um rei em casar com a mais bonita de suas três filhas. Ao recusar o convite do pai, a menina escolhida é presa em uma torre, onde passa sede. Ela pede à mãe e às duas irmãs para beber água, mas não recebe ajuda por contas das ameaças de morte feitas pelo pai.
No entendimento da Secretaria de Educação Básica, “as crianças no ciclo de alfabetização, por serem leitores em formação e com vivências limitadas, ainda não adquiriram autonomia, maturidade e senso crítico para problematizar determinados temas com alta densidade, como é o caso da história em questão”.
A Seduc não possui controle sobre quantos exemplares foram destinados ao Rio Grande do Sul, e alega que o programa é do governo federal. A secretaria informou também que aguarda a determinação oficial do MEC, que deve ser encaminhada na próxima semana, para realizar um balanço sobre quais escolas já fizeram a devolução. As secretarias municipais têm autonomia para fazer o recolhimento do livro.