Cpers propõe calendário com 45 dias de recuperação de aulas, até março
Professores estaduais estão em greve há 64 dias
Com as atividades em escolas estaduais paralisadas há 64 dias, o Cpers Sindicato propôs um calendário de recuperação de aulas ao governo do Estado. Em reunião na manhã desta terça-feira com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), os professores sugeriram cronograma em que seja mantido os 45 dias de férias durante o verão. Assim, o ano letivo de 2017 se estenderia até janeiro, sendo interrompido ainda no primeiro mês de 2018, e retomado apenas em março. Com a proposta, haveria atraso no calendário no ano letivo de 2018.
A presidente do Cpers, Helenir Aguiar afirma que no caso dos alunos que estão no terceiro ano do ensino médio, uma prova pode ser oferecida para conclusão do ano letivo. “A proposta é que se pare 45 dias em janeiro e depois continue a recuperação. Agora em relação ao terceiro ano, nós já temos coordenadorias que estão oferecendo exames que darão como conclusos independente de ter essas aulas de recuperação. Então nós colocamos e queremos discutir com o governo”, afirma.
Helenir alega que manter as aulas durante todo o verão seria prejudicial aos alunos e que a proposta veio de conversas com pais e responsáveis. Além disso, destaca que as escolas não têm condições de manter os alunos nas salas durante o verão pela falta de estrutura, o que resultaria em prejuízos pedagógicos.
A secretária adjunta Iara Wortmann, que recebeu a comissão, afirma que a mudança do calendário “não é uma questão fácil, especialmente pelo impacto ao aluno, como aqueles que estão no final do ensino fundamental e médio”. Ela ressalta que nunca houve a apresentação de uma proposta deste tipo em negociações para o final de uma greve. “Essa é uma grande surpresa da proposta trazida pelo sindicato. Desde 1979, que foi a primeira greve do sindicato, é a primeira vez que eu vejo a categoria trazer ao governo uma proposta dessas. Encerrar a greve, fazer as férias e depois voltar a cumprir o ano letivo em 2018″, declara.
Ainda segundo Iara, o governo vai analisar pontos para voltar a discutir com categoria.
Segundo a legislação, o ano letivo é formado por 200 dias. Por enquanto, alunos precisam recuperar 64 dias. Contudo, o número deve aumentar, já que a categoria segue paralisada. Após o encontro na secretaria, os professores seguiram para a Praça da Matriz, onde fazem uma vigília em frente ao Palácio Piratini.