Cpers cogita não recuperar mais aulas e estender ano letivo até a metade de fevereiro
Professores dizem que governo dificulta recuperação de aulas aos sábados e entendem que há disputa de gerência na Secretaria da Educação
O Cpers Sindicato sustentou hoje, em entrevista coletiva, que o governo não vem respeitando a lei de gestão democrática das escolas ao não permitir que a comunidade escolar defina o calendário de recuperação dos 54 dias de greve.
A denúncia dos professores é que, a partir de uma ordem de serviço publicada no início do mês, ficou determinado o aproveitamento de 15 sábados no segundo semestre. Os professores dizem, porém, precisarem de praticamente o dobro dessa quantidade para para conseguir encerrar a recuperação até 15 de janeiro.
A presidente do Cpers, Helenir Schurer, entende que existem divergências dentro da própria Secretaria da Educação. “Primeiro o governo está sobrepondo uma ordem de serviço a uma legislação e isto já é um erro. A lei de gestão democrática estabelece que a própria escola escolha qual o melhor calendário a ser adotado”. Outro problema, segundo ela, é que algumas escolas podem recuperar as aulas no sábado e outras foram proibidas pelas coordenadorias de educação. “O que nos parece é que a Secretaria da Educação está acéfala, o secretario fala uma coisa e a sua adjunta outra”, atacou.
Durante a coletiva, os professores chegaram a levantar suspeita sobre suposta disputa de gerência entre o secretário da Pasta, Luiz Alcoba, e a sub-secretária, Iara Wortmann, que já ocupou o posto no governo de Antonio Britto (PMDB). O fato é que, se não houver um consenso, a categoria adverte que não vai mais recuperar as aulas aos sábados, com a projeção de entrar o mês de fevereiro, pelo menos até o dia 15. Outra consequência é a exigência do cumprimento do período de férias de 45 dias dos professores e, com isso, o reflexo direto é o retardamento do início do ano letivo em 2017. Neste cenário, a tendência é de que as aulas só se iniciem em abril.
Ainda hoje, os professore se reúnem com o comando da Secretaria da Educação para tentar um acordo e evitar que as aulas se estendam pelo verão.