Chama Crioula é acesa em Mostardas e dá inicio aos Festejos Farroupilhas
Ato foi realizado na presença de autoridades e representantes tradicionalistas do Rio Grande do Sul
Em torno da Pedra de Anita, no distrito de São Simão, do município de Mostardas, a Chama Crioula foi novamente acesa. O local, à beira de uma histórica figueira, registrou uma passagem da Revolução Farroupilha e o nascimento do primeiro filho de Anita e Giuseppe Garibaldi, Domenico Menotti Garibaldi. Por isso, as mesmas terras foram escolhidas para a solenidade de início dos Festejos Farroupilhas de 2017, que também marcam os 70 anos da primeira geração da Chama Crioula, no movimento de setembro de 1947.
O ato foi realizado nesta sexta na presença de autoridades e representantes tradicionalistas do Estado. Assim que a Chama foi gerada, foi levada da localidade de São Simão em cavalgada até a cidade de Mostardas e recebida no parque de rodeios do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Tropeiros do Litoral. Na manhã deste sábado, a partir das 9h, ela começa a ser distribuída para todas as 30 regiões tradicionalistas do Interior do Rio Grande do Sul, mas permanece no local até o dia 20 de setembro para que outras delegações interessadas venham buscar suas centelhas.
O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegaro, aproveitou o momento da solenidade para tentar revigorar o sentimento de valorização da cultura e da identidade regional, da mesma forma como foi feito 70 anos atrás. “Talvez esse universo que esteja a nossa volta conspire para mergulharmos nessa profunda reflexão, não simplesmente um ato de relembrarmos temporariamente um momento histórico da nossa querida Revolução Farroupilha. As mesmas causas daquela revolução hoje servem para, quem sabe, fazer uma nova revolução. Mas não com armas, uma revolução de ideias, de conceitos, de posturas que nós temos que ter perante a sociedade”, declarou.
A patrona dos Festejos Farroupilhas 2017, a escritora Elma Sant’Ana, destacou a valorização da mulher nestes Festejos. “Muito me sensibiliza o nosso Movimento voltando o seu olhar para o gênero feminino. Afinal, a figura da mulher rio-grandense teve sempre o seu protagonismo histórico e em nome de todas as mulheres, índias, imigrantes, todas as que trouxeram ao ventre gaúcho a defesa das famílias e dos seus ideais, dedico o meu patronato”, disse.
Elma também ressaltou a importância do local escolhidos para a geração da Chama Crioula este ano. Segundo ela, trata-se de um dos lugares mais significantes da causa Farroupilha e que fez a divisa do tempo e da história. Para o presidente do MTG, também consiste em um espaço histórico. “São momentos importantes, marcantes da nossa história, que nós não podemos esquecer ou deixar passar desapercebido. É por isso que nós estamos aqui hoje, revivendo um pequeno espaço de tempo daquele período de dez anos que a Revolução Farroupilha passou por aqui”, comentou Callegaro.
O dia, além da geração da Chama na parte da manhã, contou com atividades durante toda a tarde. Após a chegada da centelha, forma realizadas apresentações artísticas no CTG Tropeiros do Litoral. A Chama Crioula chega em Porto Alegre no próximo dia 19. No dia 7 de setembro, repetindo o ato de 1947, ocorre a fusão com a chama do Monumento ao Expedicionário, passando pelo Colégio Júlio de Castilhos. A chama é, então, levada ao Parque Harmonia para a abertura oficial dos Festejos Farroupilhas.
