Mais de 120 empresas fecharam de janeiro a junho em Camaquã
Associação Comercial e Industrial de Camaquã (ACIC) afirma que número de comércios que encerraram suas atividades pode ter crescido até setembro no município
Camaquã registrou um número alarmante de empresas que fecharam suas portas no município. De acordo com um levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de Camaquã (ACIC), 123 comércios encerraram suas atividades de janeiro a junho na cidade.
Em entrevista exclusiva ao portal Clic Camaquã, o presidente da ACIC, Paulo Pankoswki, afirma que o fato se deve à crise econômica instaurada no país. Ainda conforme Pankowski, o número de empresas alvo do fantasma da crise cresceu de junho a setembro. “Não temos um levantamento exato, mas, de lá pra cá, o total de comerciários que encerraram suas atividades é de cerca de 160. Em torno de 20 empresas fecham por mês na cidade”.
“Assustadora” é a classificação dado por Paulo para a situação do comércio local: “Pessoas de toda a região vêm fazer suas compras em Camaquã. São cerca de 200 mil clientes que utilizam o comércio camaquense. Isso é um reflexo da corrupção e da falta de apoio do governo brasileiro”, acrescenta.
Comércio independente
Um dos assuntos que geram maior polêmica em Camaquã são as atividades exercidas de forma independente, sem o registro formalizado na Junta Comercial do município. “Muitos ambulantes vêm de fora para vender suas mercadorias na cidade. Esse fator prejudica muito os comerciantes locais, que já estão legalizados”, explica o presidente da ACIC.
De acordo com Paulo, a ACIC e a Prefeitura Municipal de Camaquã estão criando um conselho para formalizar condutas comerciárias no Código de Postura. “Este conselho vai criar uma lei que trata sobre ambulantes, vendedores fixos e foodtrucks e vai criar um meio de legalizar estes comerciantes independentes em Camaquã”, complementa.
Tempo é dinheiro
Paulo Pankowski diz que um dos fatores que faz com que os comerciantes encerrem suas atividades é a burocracia. “Leva muito tempo para abrir e fechar uma empresa. É muita papelada. Além de que, cerca de 70% das empresas que abrem, fecham no primeiro ano de atividades por falta de apoio do governo”, afirma.
Sinal vermelho para o atendimento
O Clic Camaquã lançou uma enquete no Facebook para saber o que os internautas acham, de modo geral, do atendimento no comércio camaquense. E o resultado acendeu alerta: 66% das pessoas classificam o atendimento como “ruim” e outras 34% acham bom.
A dona Maria Edy, moradora de Arambaré, vem para Camaquã fazer suas compras há anos e faz parte da parcela de internautas que reprova o atendimento no comércio. “Eu venho para cá para comprar tudo o que preciso e raramente sou bem atendida. Acho que os funcionários devem largar um pouco o celular e dar mais atenção para os clientes.”, reclama.
O presidente da ACIC, Paulo Pankowski, afirma que este é, realmente, um ponto fraco no comércio local. “As empresas precisam manter um cuidado para que o atendimento seja diferenciado. Para que os clientes sejam cativados. Mas, infelizmente, nossos empresários, em sua maioria, não estão se atualizando e deixam a desejar neste setor”.
Com o objetivo de estimular o fortalecimento do comércio na cidade, a ACIC lançou a campanha “Compre em Nossa Cidade”. A esperança da associação é de que o projeto movimente a economia local e traga esperança aos donos de empresas camaquenses.