Domingo tem celebrações de fé a Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá no RS
Em Arambaré e São Lourenço do Sul, centenas de fiéis realizam procissão pelas ruas e pela orla da Lagoa dos Patos
A celebração de Nossa Senhora de Navegantes levou mais de 400 mil pessoas às ruas de Porto Alegre neste domingo (2), para acompanhar a missa, seguir a procissão e agradecer pelas graças alcançadas. Embora não seja a padroeira da cidade, a tradicional celebração da santa arrebata milhares de pessoas, da Capital e de fora, no evento que é considerado patrimônio imaterial em Porto Alegre.
A estimativa é da Irmandade de Nossa Senhora, que neste ano realizou um financiamento coletivo, para auxiliar em parte da festa e para o restauro do Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes, local para a imagem da santa é conduzida pela procissão.
O tema desse ano foi Comunidade, Casa da Igreja. “Somos um povo de fé e esperança, que busca a caridade para melhor acolher a todos na festa da Mãe”, disse o provedor da Irmandade, Gustavo Brum.
Em Arambaré
Com programação que iniciou na última sexta-feira (31), a cidade de Arambaré realiza mais uma grande festa para a padroeira Nossa Senhora dos Navegantes. Na manhã de hoje, o destaque foi a procissão realizada pelas principais ruas da cidade.
Foram centenas de moradores e turistas devotos da santa de todas as águas que particiaram da programação da 91° edição da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Confira as fotos disponibilizadas pela página Arambaterapia:
Em Porto Alegre
A procissão inicia após uma missa, na Igreja do Rosáio, no Centro de Porto Alegre. Depois, um mar de fiéis carregam a santa até a Igreja Nossa Senhora dos Navegantes.
A aposentada Maria Costa, por exemplo, veio do Amapá para participar da procissão. “Apareceu um tumor na minha perna, eu fiz uma promessa, fui curada e hoje vim caminhar com ela. Há quatro anos eu caminho com ela”, afirmou.
A festa também tem espaço para o sincretismo religioso. A auxiliar de cozinha Ana Lúcia Braga vestiu, junto com a neta, as roupas da religião africana, que também em 2 de fevereiro, celebra Iemanjá.
“A gente se une porque faz parte, né. Somos todos filhos de Deus, ou Oxalá, seja lá quem for, a gente tem que se unir porque o que prevalece é a fé”, disse.
A aposentada Amélia Ramos contou ter participado desde que ainda estava na barriga da mãe, da procissão. O evento acontece há 145 anos.
“Quando a minha mãe tava me esperando, ela vinha na procissão. Quando eu nasci, ela continuou vindo na procissão e me trazendo. E assim eu sempre vim com a mãe, com a vó, a vida inteira. Quando eles foram falecendo, eu continuei e venho até hoje. Tenho 77 anos e 78 de procissão”.
No Santuário de Navegantes, para onde foi levada, a imagem da santa deve permanecer pelo ano inteiro.
No Litoral, homenagens à Rainha do Mar
As praias ficaram cheias desde a madrugada de domingo (2) para celebrar Iemanjá, a Rainha do Mar.
Em Cidreira, no Litoral Norte, a pescadora Sirlei Lima participou da comemoração. “Ela é nossa protetora dos pescadores. Quando vai pescar, confia sempre nela. Tudo que eu já pedi, ela me ajudou. Inclusive de estar morando na praia, era meu sonho”, revelou, enquanto jogava flores ao mar.
A praia ficou marcada desde que, em 2010, uma imagem de Iemanjá foi encontrada perto da plataforma. “É uma energia sem explicação, sem comparação nenhuma”, diz a cabeleireira Gabriela Bueno Pereira.
“Iemanjá sempre na frente, nos defendendo, nos dando luz, a senhora do pensamento, a senhora do conhecimento, do discernimento. e nesse tempo de intolerância as pessoas tem que se unir mais e se amar mais”, declarou a religiosa Mãe Mara de Oxum.
Já no Litoral Sul, uma das grandes celebrações do estado ocorreu na Praia do Cassino, com canto, música e oferendas.