Fertilizantes: Rússia pede que produtores suspendam exportação de fertilizantes
O Brasil não está incluído na suspensão, mas, mesmo assim, não tem como receber os insumos russos, disse a ministra Tereza Cristina, na tarde desta sexta (4)
A Rússia pediu aos produtores de fertilizantes do país que suspendam as exportações do produto em meio aos problemas de logística provocados pela guerra. A informação é da agência de notícias russa Interfax.
O comunicado do Ministério da Indústria e Comércio do país destaca que por causa da situação atual dos operadores logísticos estrangeiros, o Ministério da Indústria e Comércio da Rússia foi obrigado a recomendar aos produtores russos a suspensão temporária do embarque de fertilizantes para exportação.
De acordo com a Ministra da Agricultura, Tereza Cristiana, o Brasil não está incluído na suspensão, mas, mesmo assim, não tem como receber os insumos russos. O país liderado por Vladimir Putin é o principal exportador desses insumos para o Brasil.
A recente suspensão do transporte de contêineres em direção ou com partida da Rússia por parte de grandes empresas de transporte marítimo, após sanções ocidentais impostas a Moscou.Isso é o que impede o Brasil, mesmo não estando bloqueado, de receber os insumos russos.
Brasil é importador de fertilizantes
O Brasil depende de outros países para tratar o solo com fertilizantes. Com a guerra na Ucrânia, cresceu a preocupação dos agricultores brasileiros em relação à compra deste insumo para o plantio da safra 22/23.
Os fertilizantes químicos funcionam como um tipo de adubo, usados para preparar e estimular a terra para o plantio.
Cerca de 70% do fertilizantes usado na agricultura vem do exterior e a Rússia é a principal fornecedora, com cerca de 23% do total importado em 2021.
O Brasil busca alternativas para lidar com a situação. Na última quarta-feira (2), a ministra Tereza Cristina disse que vai ao Canadá no próximo dia 12 para contornar uma potencial falta de fertilizantes no mercado em razão da invasão russa na Ucrânia.
O Canadá foi o quarto maior fornecedor de adubos ou fertilizantes químicos em 2021, atrás apenas de Rússia, China e Marrocos.
Na última quinta-feira (3), ela afastou qualquer possibilidade de o Brasil receber fertilizantes da Rússia e Belarus, enquanto a guerra durar.
Segundo ela, não há condições viáveis para o pagamento e o transporte dos produtos mediante as diversas sanções impostas à Rússia e a Belarus pela invasão militar. O Brasil, que importa cerca de 85% do seu consumo de fertilizantes, sofre maior dependência do potássio, de acordo com a ministra.
No mesmo dia, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) informou que o Brasil tem fertilizantes para os próximos três meses, mas ressaltou que o volume da reserva está acima da média dos anos anteriores e que acompanha os impactos da guerra sobre o setor.
Com informações do G1