Caminhoneiros ameaçam parar na segunda-feira por causa do diesel
Categoria alega que aumentos no preço comprometem a atividade. Em todo o País são cerca de 700 mil motoristas
Os aumentos seguidos nos preços do diesel levaram os caminhoneiros autônomos a programarem uma paralisação em todo o País a partir de segunda-feira, 21, se não forem atendidas as reivindicações apresentadas ao governo federal. Os caminhoneiros querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Eles também reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. Segundo eles, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.
“O dia D é amanhã (hoje)”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que reúne 700 mil caminhoneiros autônomos – não ligados às transportadoras. Ele faz referência à resposta para as reivindicações, aguardada até o final do dia de hoje. “A intenção não é fechar rodovias, mas os caminhoneiros não vão sair de casa, não vão carregar os caminhões.” Hoje, o transporte rodoviário responde por 56% de tudo que é fabricado e consumido no País, e os autônomos transportam a maior parte da carga. A categoria também se queixa da desvalorização dos fretes.
Aumento
Por conta dos reajustes diários no diesel, os caminhoneiros autônomos dizem estar no limite. Nos últimos 12 meses, o diesel subiu 15,9% nos postos. O aumento é resultado da nova política de preços da Petrobras, que repassa aos preços dos combustíveis a variação do petróleo no mercado internacional, para cima ou para baixo. A reivindicação dos caminhoneiros é apoiada pelos donos de postos, que dizem estar perdendo margens com os aumentos de preços. Segundo o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, o setor vai sugerir ao governo a redução dos impostos sobre os combustíveis e que a Petrobras faça o reajuste em intervalos maiores.