“Batalha de Camaquã” completa um ano
Depois de um ano, pouco mudou na situação dos caminhoneiros
Há exatamente um ano atrás, Camaquã era palco de uma batalha envolvendo Força Nacional, Tropa de Choque da Polícia Rodoviária Federal e a população.
Tudo aconteceu no término de uma grande manifestação de caminhoneiros que estavam em greve há vários dias, com seus caminhões estacionados junto aos postos de combustíveis localizados as margens da BR 116 no município.
A situação era caótica, falta de combustíveis ocorreram em alguns postos da cidade, ocasionando filas toda vez que um caminhão furava os bloqueios e conseguiam chegar aos estabelecimentos revendedores.
Diversos produtos já faltavam nas gôndolas dos supermercados e a população sentia na pele os efeitos da paralisação dos profissionais do transporte.
A população, indignada com o aumento expressivo de impostos e com a situação econômica do país, resolveu aderir ao movimento. Produtores rurais da região levaram suas máquinas agrícolas para a beira da rodovia, mostrando apoio ao movimento. Até mesmo o Sindicato dos Aposentados e Pensionistas de Camaquã, resolveu apoiar os protestos.
Em meio a tudo isso, caminhoneiros promoveram uma grande carreata pelas ruas centrais do município, que contou com o apoio maciço da população e do comercio local. Enquanto isso, helicópteros e viaturas da Força Nacional e Tropa de Choque da Polícia Rodoviária Federal chegavam junto ao pórtico de entrada do município, prontos para qualquer situação.
Não demorou muito para que a população se deslocasse até a entrada do município para acompanhar os trabalhos das forças de segurança, que chegavam em grande numero ao local.
Uma moto com dois policiais passou rente a calçada, onde a população acompanhava a movimentação. Um dos policiais jogou spray de pimenta atingindo homens, mulheres, crianças e até mesmo idosos que estavam na calçada.
Tal atitude foi considerada arbitrária pela população que acabou se revoltando contra os policiais, iniciando o confronto. A população de entro da cidade jogava bombas, pedras e esferas de ferro contra os policiais, enquanto incendiava pedaços de madeira junto ao pórtico de entrada.
Do outro lado, policiais das duas corporações revidavam com bombas de gás. A Batalha durou várias horas e só terminou por volta da meia noite.
Uma audiência pública foi realizada meses depois, para apurar os excessos praticados pelas forças policiais. Na ocasião, políticos e um representante da Polícia Rodoviária Federal estiveram presentes para discutir o caso e coletar as denúncias que foram feitas pela comunidade.
A mobilização não gerou frutos, ou seja, não foram atendidas as demandas levantadas pela categoria e os impostos só aumentaram ainda mais de lá para cá. Já a lembrança da batalha, esta ficou marcada na mente de todos os camaquenses.