Apenas seis das mais de 2,2 mil escolas estaduais do RS têm PPCI em funcionamento
Secretaria de Educação prioriza elaboração e execução de planos de prevenção, e pede atenção aos diretores em relação a alterações que possam ocasionar risco de incêndio.
Maior parte das escolas da rede pública estadual do Rio Grande do Sul começarão as aulas sem Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) em funcionamento. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, apenas seis das mais de 2,2 mil contam com o documento em dia.
- A rede pública do estado tem 2.256 escolas
- Delas, 853 estão em fase adiantada, com planos aprovados, mas aguardando projetos executivos feitos pela secretaria de obras.
- 830 estão com planos em análise pelos bombeiros.
- 567 estão em fase de elaboração de um plano de trabalho, uma etapa anterior à elaboração do PPCI.
“Temos de ficar atentos a todas as escolas, não só as escolas públicas; as escolas privadas e, principalmente, as escolas infantis, onde temos crianças que muitas vezes não têm discernimento da emergência, do risco e também das ações que devem ser tomadas em casos de sinistro”, diz o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Estêvam Rodrigues.
“A prevenção de incêndios não é custo, é um investimento a segurança das pessoas”, destaca o oficial.
A Secretaria de Educação prioriza a elaboração e execução dos planos de prevenção. O titular da pasta, Faisal Karam, pede atenção aos diretores de cada escola para alterações que possam causar incêndios.
“A grande demanda hoje no nosso estado é por uso de ar-condicionado dentro das salas de aula, porque trabalhamos com temperaturas muito altas. A rede não comporta, não está dimensionada para isso. Começa a desarmar disjuntor”, alerta o secretário. Clic Camaquã
“Não é só vontade do pai, muitas vezes de forma coletiva, buscar recursos para instalar uma dúzia de ar-condicionado nas salas de aula se a demanda da estrutura não comporta isso”, avisa.
O Colégio Estadual Protásio Alves, um dos mais tradicionais de Porto Alegre, é um dos que não têm PPCI em funcionamento. Uma das escadarias é obstruída parcialmente por grades, o que atrapalharia uma eventual evacuação de emergência. Apesar disso, alguns itens básicos de segurança estão em dia, como extintores de incêndio, alarme e sinalização.
O PPCI de uma escola estadual de Cruz Alta, no Noroeste do estado, já foi encaminhado para a Secretaria de Educação, mas ainda não está em execução. “Isso foi em 2017, final de 2017, nós já estamos em 2019 e o PPCI ainda não saiu né, só no projeto, a execução ainda não foi feita”, diz o diretor da escola, Ildefonso Villa Real. Clic Camaquã
O problema não atinge apenas escolas estaduais. Na sede do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) no Centro de Porto Alegre, foi adiada a retomada das aulas. O PPCI do local já foi aprovado, mas ainda não foi plenamente executado. O impasse deixa 2 mil estudantes de ensino técnico e superior sem saber quando as aulas vão recomeçar.
“A implementação demanda R$ 1 milhão dessa instituição. O que a nós precisamos é que o governo federal envie esse recurso financeiro para que se possa implementar esse PPCI em um ritmo mais adequado”, diz o diretor-geral do Campus Porto Alegre do IFRS, Marcelo Schmittm.