Agentes da Susepe buscam juízes para pedir interdição de presídios no Rio Grande do Sul
Funcionários da Susepe iniciaram operação-padrão nesta segunda-feira
Em operação-padrão iniciada nesta manhã contra o parcelamento de salários e a escassez de efetivo, os agentes da Superintendência de Serviços Penitenciários do Estado (Susepe) buscam a Justiça para pedir a suspensão do ingresso de novos detentos no sistema prisional. Além da superlotação histórica dos presídios, os trabalhadores argumentam que há cada vez menos equipes para administrá-los. O presidente da Amapergs (Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do RS) aguarda solicitação de reunião com a presidência do Tribunal de Justiça do Estado e encaminha pedidos de interdição aos juízes responsáveis pelas Varas de Execuções Penais.
“O pedido é para que os presídios não recebam mais presos, sejam interditados por falta de servidores. É do costume do Poder Judiciário, e nós respeitamos, interditar presídio quando os presos estão em condições indignas por superlotação. Eu não conheço nenhum caso em que um presídio tenha sido interditado por falta de funcionários. Vamos provocar os juízes nesse sentido, porque é inadmissível que continuem entrando presos sem qualquer perspectiva de nomeação de servidores”, argumenta.
Por enquanto, o sindicato orienta os trabalhadores a realizarem tarefas apenas em condições ideais. Escoltas para deslocamentos de presos, por exemplo, devem ser canceladas se não houver número ideal de funcionários para escola. A operação-padrão deve ser mantida, ao menos, até o dia 15, quando o governo pretende quitar o restante dos salários de fevereiro. Conforme a assessoria de comunicação da Susepe, não há informações sobre prejuízos às atividades essenciais do sistema carcerário, até o momento.
Também em protesto contra as restrições impostas pelo governo do Estado, os agentes da Polícia Civil representados pela Ugeirm (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia) já haviam iniciado operação-padrão na última quinta-feira. A maioria das operações especiais, que exigem maior carga horária dos policiais, está suspensa. Brigadianos também avaliam, nesta semana, provável adesão às manifestações.