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Adolescente é acusado de furtar relógio em loja de shopping na Zona Norte de SP

Pai alega racismo


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 12/11/2021
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Na última quarta-feira, um adolescente de 15 anos foi acusado por um funcionário da loja Centauro do Shopping Center Norte de furtar um relógio. Ele estava acompanhado do pai e os dois tinham acabado de sair da loja quando um funcionário foi atrás deles e insistiu para revistar a sacola.

O pai do menino negou-se a mostrar  e chamou a polícia. Conforme ele, os dois eram os únicos negros dentro da loja naquele momento e já tinham percebido olhares dos vendedores enquanto circulavam. O caso foi registrado como crime resultante de preconceito de raça ou de cor.

Conforme o motorista José Luís dos Santos Neto, de 51 anos, ele e o filho foram ao shopping comprar roupas na quarta-feira (10). Os dois resolveram entrar na Centauro e foram até a bancada de relógios, quando Neto percebeu olhares dos vendedores.

“Ficamos conversando sobre os relógios e vi duas vendedoras na bancada, quando as olhei, elas baixaram o olhar. Eu já nem vou a shopping que não é do meu bico, do meu nível, para não ficar com perseguição. Dali a pouco vi outro vendedor me olhando. Falei para meu filho: ‘Vamos embora, já deu'”, relembrou.

Conforme ele, assim que saíram da loja, foram abordados por um funcionário do local.

“Saí da loja, dei dez passos, e de repente veio um funcionário da Centauro e o segurança do lado. Ele disse: ‘Eu preciso revistar essa sacola’. Perguntei do que se tratava, ele perguntou se era meu filho e que ele estava na mesa e, quando saiu, um relógio tinha sumido. Insistiu para olhar a sacola. Eu disse que infelizmente ele não poderia verificar a sacola e teria de chamar a polícia, porque se houve um roubo, tem de chamar a polícia. Ele viu que não ia dar nada e voltou para a loja”, afirma.

Neto afirma que se sentiu um exposto e constrangido com a situação, já que as pessoas que andavam pelo shopping começaram a olhar para ele e o filho.

“Eu já estava muito nervoso, meu coração batia tão forte que falhava, eu tremia. Nessa hora já tinha um monte de gente olhando, querendo ver se eu ia ser preso. Fiquei com muita vergonha. Mas eu não tinha roubado nada, eles é que tinham de ter vergonha”, afirma.

Neto, então, resolveu voltar à loja para falar com um responsável pelo local. Uma funcionária repetiu a versão de que um relógio tinha sumido assim que o filho de Neto tinha deixado a bancada.

“Eu disse que então ela estava acusando meu filho de roubo, assim como o outro funcionário e que eles teriam de chamar a polícia porque, em caso de roubo, é isso que deveria ser feito. Eles falaram que estavam em contato com o gerente e que, se eu quisesse, eu que chamasse a polícia. Eu falei: ‘Ué, eu que roubei a loja e eu tenho de chamar a polícia?'”

Neto conta que chamou a polícia, que chegou ao local em duas viaturas e registrou a ocorrência na presença da funcionária.

“Ela manteve o que falou, que realmente sumiu um relógio na loja e que era um Smartwatch da Apple no valor de R$ 1.900. O policial registrou, deu uma cópia para cada um e falou que estava tudo certo. Eu então falei se ele não ia me revistar. Ele disse que não fazia sentido me revistar porque não foi preservado o local, imagino que ele queria dizer ‘local do crime’. Aí fui para casa, um monte de gente querendo falar comigo, e minha esposa com os olhos vermelhos de tanto chorar”, relembra.

Para Neto, o episódio foi um caso de racismo.

“Eu senti que ali era puro racismo, puro preconceito. Não faz sentido dizer que nós tínhamos roubado um relógio porque a loja estava cheia. Não tinha mais nenhum negro na loja nesse momento. Por que não tinha sido outra pessoa? Estou com tanta raiva… O cara foi atrás de mim falar que meu filho tinha roubado um relógio!”

Em nota, a Centauro informou que “está apurando os fatos com prioridade e com a profundidade que o caso exige. A abordagem relatada não é prática da companhia e nem reflete o posicionamento e os valores da Centauro, uma empresa que não tolera atos de injustiça ou de discriminação e preconceito”.

Para Neto, a resposta da empresa não é suficiente. Ele queria um pedido de desculpas.

“Nunca tinha passado por isso, sempre vi os casos na imprensa, e a resposta deles é sempre a mesma, é padrão, ‘estão apurando’. Eu nunca tinha passado por isso, mas desta vez foi na minha pele. Eles podem até demitir o funcionário, mas e eu? E o meu filho? Eles vão se retratar? Não quero nada deles, não quero dinheiro. Eu queria um pedido de desculpas do funcionário que foi lá fora me buscar e me fazer passar vergonha na frente de um monte de gente. Ele não estava em dúvida, não me deu boa noite, chegou falando que tinha de olhar a sacola. Eu vou morrer e isso não vai acabar. A gente é qualificado pelo tom da pele”, afirma.

Neto também diz que se preocupa em como o episódio vai impactar o filho.

“Desde ontem estou perguntando para o meu filho como ele está se sentindo. Ele tem só 15 anos. Ele disse que ficou nervoso só na hora. Eu disse para ele que tem de brigar pelos seus direitos e que ele poderia agir da mesma forma que agi se estivesse sozinho. Eu que tive de chamar a polícia e o ladrão sou eu?”, indaga.

O número de denúncias por discriminação racial recebidas pela ouvidoria da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo saltou de 21 para 39 de janeiro a julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, um aumento de 85,71%.


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