“A Barragem do Arroio Duro não apresenta riscos”, afirma Engenheiro Agrônomo da AUD
Everton Fonseca esclareceu matéria veiculada por jornal de grande circulação na capital gaúcha durante entrevista no programa Bom Dia Camaquã
Everton Fonseca, Engenheiro Agrônomo da Associação dos Usuários do Perímetro do Arroio Duro (AUD), participou do programa Bom Dia Camaquã desta segunda-feira (28), apresentado pelo jornalista Eduardo Costa. Fonseca falou sobre a segurança da barragem do Arroio Duro e sobre matéria veículada por jornal de grande circulação na capital gaúcha.
O Engenheiro criticou a matéria veiculada na última quinta-feira (24) em um jornal de grande circulação na Capital. A matéria apontava quatro represas que estariam apresentando riscos à população e um dos trechos dava a entender que a Barragem de Camaquã poderia oferecer riscos à segurança da população.
Ele afirmou que a direção responsável pela Barragem do Arroio Duro não foi contatada em momento algum pela comissão. Segundo ele, deveria ter sido apontado exatamente quais são as barragens dessas regiões que apresentaram os problemas citados. Ele levantou ainda a hipótese de erro na escrita da matéria, onde de acordo com ele, deveria ter sido escrito “a Barragem do Camaquã e não de Camaquã”.
O segundo erro apontado é que “a suposta barragem com problemas nem é no município de Camaquã”, disse Everton. Ele segue supondo que a barragem a que a matéria se refere é uma barragem de rejeito de minério, localizada no alto camaquã, divisa com Encruzilhada e Santana da Boa Vista.
Esta barragem estava instalada em local que abrigava uma mineradora. Na década de 80, houve um rompimento nesta barragem, que ocasionou contaminação por cobre num afluente do Rio Camaquã. Segundo ele, houve um grande impacto ambiental, uma mortandade de peixes grave no rio Camaquã. Após o ocorrido, a barragem foi desativada pela empresa que era responsável na época.
Leia também: Camaquã pode ter temporais com vento forte e queda de granizo nas próximas 36h
O Rio Camaquã é dividido pelo Comitê de Gerenciamento, em alto, médio e baixo, e cidade de Camaquã está localizada no Baixo Camaquã. Everton salienta que existem quatro níveis de alerta para as barragens, sendo eles, nenhum, atenção, alerta e emergência. Ele ressalta que a barragem do arroio duro foi classificada como nível 1 atenção, por estar em um nível mais elevada que o perímetro urbano. Ele fala que sempre deve se manter a atenção nestes casos, pela quantidade de água que ela pode acumular.
Everton Fonseca foi um dos convidados do programa Bom Dia Camaquã desta segunda-feira (28). Foto: Sabrina Borges / Clic Camaquã
Everton fala ainda que se algum dia acontecer um rompimento, que algo desacreditado pelo Engenheiro, aquela preocupação popular de que vai chegar água na torre da Igreja Matriz é mito. Ele comenta que existe uma rota de fuga pra essa água percorrer. E que isso tudo está no plano de ação e emergência que foi solicitado pela Agência Nacional de Águas (ANA), que está em processo de elaboração pela AUD.
Ele ainda fala que é necessário que seja muito bem informado que existem diferenças entre as barragens. Ele explica que uma coisa é uma barragem de rejeito, onde com o próprio rejeito vai sendo feito o barramento, e o material que é mais mole, com água, vai subindo e por isso os responsáveis por esse tipo de barragem, precisam aumentar o barramento também. Fato que aumenta o risco de rompimento. Segundo o entrevistado, é uma situação muito diferente de uma barragem como a do Arroio Duro, que foi projetada com anos de estudo, construída com a melhor tecnologia que se tinha disponível na época.
Ele fala ainda, que se deve manter sempre cuidados com a barragem, e que esses cuidados são mantidos pela AUD. As pequenas e grandes manutenções, as frequentes vistorias, foram alguns dos cuidados ressaltados pelo Engenheiro. Ele informa ainda que a barragem está muito bem estruturada e sem nenhum problema nas fundações. Ele ressalta que a barragem do Arroio Duro é referência no estado e no País como exemplo de conservação e operação.
Acompanhe a entrevista completa (a partir do 32min):