“Se eles soubessem como é sofrida a vida de palhaço”, afirma Demetrius sobre preconceito com a profissão
Palhaço Xebebéu contou sua história de vida e falou sobre os desafios e alegrias da profissão
O Clic Camaquã está realizando uma série de reportagens intitulada como “Profissão Raiz”, que evidencia trabalhadores que dão continuidade para as profissões mais antigas. Desta vez, Demetrius de Almeida ou como também é conhecido, palhaço Xebebéu, contou sua história (assista abaixo).
Demetrius tem 47 anos e é natural de Santo Augusto. Ele contou que veio para a cidade com o pai, junto com o Circo Teatro do Bebé em 2009. Neste mesmo ano, Demetrius montou sua própria companhia de teatro.
No Dia Universal do Palhaço, artista conta sua história de amor à profissão
“Apesar de muitos camaquenses não saberem, existe uma companhia de teatro em Camaquã”, afirmou o artista. Demetrius é filho do palhaço Bebé e explicou que trabalha de forma diferente do pai, sem bilheteria.
Ele é contratado por prefeituras de cidades e realiza peças educativas. “Tenho uma peça de combate ao abuso infantil, outra em combate ao trabalho infantil. Tenho uma peça em combate ao câncer de mama, combate a depressão, outra que fala sobre amizade, família”, comentou.
Demetrius realiza as peças com temas sociais há 10 anos na cidade e região. Ele contou que escolheu Camaquã para ser seu lar, porque a cidade é mais tranquila. “Eu precisava de uma cidade que fosse segura. Entre Pelotas e Porto Alegre, Camaquã eu acho muito mais seguro”, afirmou.
O ator comentou que tudo que aprendeu na profissão foi com o pai, mas que existe um lado um pouco difícil ser filho do palhaço Bebé. Isso porque existe uma cobrança muito grande e muitas comparações em relação ao trabalho dos dois.
“É muito bom, é gratificante e não tem dinheiro no mundo que pague”, comentou em como se sente em ganhar a vida fazendo outras pessoas sorrirem. Demetrius falou sobre como esses sorrisos o fazem dar continuidade nos trabalhos mesmo em meio ao preconceito que muitas pessoas têm com a profissão.
“Se eles soubessem como é sofrida a vida de palhaço”, comentou. “Eles querem ofender as pessoas chamando de palhaço. Por trás daquela roupa espalhafatosa tem um ser humano”, falou. “Querem chamar políticos de palhaço […] o palhaço tem sentimento também”, afirmou.
A pandemia de Covid-19 mudou tudo, interrompeu trabalhos e exigiu a adaptação de todos. Demetrius comentou as mudanças na profissão em 2020 e falou sobre a falta do contato com o público durante as lives.
“Muita gente não dava importância para um abraço, um aperto de mão ou um sorriso e agora tem muita gente se queixando que queria abraçar mas não pode”, comentou. “Essa é uma reflexão para todo mundo, um abraço é importante, um sorriso e um aperto de mão também”, afirmou.