Vamos salvar as abelhas
A notícia triste do início do ano, foi a constatação da morte de abelhas de muitas colmeias, ocorridas no Norte do Estado, mais precisamente na Linha Progresso em São José das Missões, fato verificado pelo escritório da EMATER local e pela PATRAM de Frederico Wastphalen. Foram milhões de abelhas mortas pertencentes a inúmeros apicultores. Fato semelhante tem ocorrido em outros locais também e que como essa notícia foi também vinculada em jornais da capital.
Segundo o Engenheiro Agrônomo da EMATER Mairo Piovesan, “as mortes foram, provavelmente, pelo efeito de utilização de inseticida a base de Fipronil utilizado para combate do Tamandoá da soja”. Este inseticida é utilizado no mesmo tanque com o Glifosato, o qual se usa na dessecação das plantas daninhas. E completa o Agrônomo Mairo, “provavelmente a deriva atingiu o Nabo Forrageiro em flor, onde estavam as abelhas”. É bom lembrar que a mobilidade das abelhas é de até 7 Km, logo, essas aplicações poderiam ser em grandes distâncias. Num caso como esse, o apicultor tem que ter o cuidado de não destinar o mel para consumo. Esse fato aumenta o prejuízo para quem vive da renda dessa atividade.
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A questão se torna importante porque o mel é um filão da produção de alimento, além de ser uma alternativa para os produtores diversificarem as atividades, o que lhes garantem maior resultado financeiro. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel do País e envolve mais de 27.000 famílias gaúchas, que tem a produção de mel como atividade econômica. A Apicultura envolve em torno de 400.000 colmeias, mesmo assim, o Estado não consegue atender a demanda das exportações.
As abelhas além de produzirem mel, própolis, cera e geleia real, são responsáveis pela polinização de cerca de 75% das plantas que produzem alimentos. Talvez reside aí a maior importância de sua proteção. Embora se saiba que as abelhas podem sofrer muito com a monocultura, com o ataque de ácaros e ainda com distúrbios climáticos, nesse momento está sendo apontado a falta de cuidados com o manejo dos agroquímicos. Portanto, todo o cuidado deve ser tomado no manejo desses produtos como primeiro passo na solução do problema.
As abelhas multiplicam as safras, polinizando incansavelmente as flores produzindo riquezas, mesmo assim os apicultores lutam desesperadamente para manter e aumentar essa atividade, pois ela depende fundamentalmente de um ambiente equilibrado e sadio.
Teremos que discutir o assunto. Uma atividade agrícola não pode prejudicar a outra, sob pena de ser resolvido na Justiça e isso não é bom para ninguém. Resta o procedimento correto, sustentável e colaborativo. Os agroquímicos na maioria são tóxicos e matam também os predadores e insetos do bem. O momento é agora, as decisões devem ser urgentes, para isso confiamos nos órgãos responsáveis para intervir no assunto. Pensem nisso e continue nos prestigiando.