Erosão e conservação do solo
A magnitude da destruição do solo oriunda do mau manejo não tem sido compreendida, mas as provas estão nos sedimentos depositados e acumulados nas várzeas, nas estradas e principalmente nos cursos de águas. Esses efeitos estão aí, testemunhas lacerantes da destruição das lavouras.
O solo é carregado em ritmo acelerado e cada vez mais adubo será necessário para manter as colheitas e para a correção do solo, isso encarece a produção e diminui os ganhos do produtor. Poderíamos pensar que as práticas conservacionistas estariam sendo utilizadas, especialmente o plantio direto, mas as águas continuam coloridas denunciando arraste de terra. Acontece que uma prática não é suficiente, é necessário um conjunto de práticas, porque a erosão acontece fora das lavouras também, especialmente em estradas, nos movimentos de terra para obras, nos pátios, nos pomares, enfim, em toda a propriedade.
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A prática de conservar o solo deveria iniciar na porteira da propriedade, acompanhado de um planejamento de uso da propriedade, incluindo providências como: observar os conflitos de uso da terra, recuperar as áreas degradadas, reconstituição de matas ciliares, repovoamento com árvores nas áreas de recargas, construção de cisternas para reter a água de áreas impermeabilizadas e tantas outras.
Muitos de vocês podem pensar que essa preocupação é demasiada, que a natureza se encarrega de recuperar a degradação, até um certo ponto isso é verdadeiro, só que os processos naturais são muito morosos e levaria muitas gerações para atingir esse concerto. Assim mesmo, com o processo de desgaste contido.
O produtor deve se conscientizar de usar o solo como fundamento do seu trabalho e utilizar práticas que minimizem as perdas pela erosão. Ele deve saber que os seus filhos, netos e demais sucessores, vão ter que trabalhar nas mesmas lavouras que são cultivadas hoje. As fronteiras das lavouras campos e florestas estão praticamente definidas.
Para se ter uma garantia de eficiência no controle das perdas de solo, serão necessários trabalhos estruturantes, principalmente com conhecimento da realidade hídrica, que afetam os planos setoriais. É preciso fazer um inventário físico das terras, conhecer o uso atual e qual a capacidade de uso. Estes dados mostrarão se existe conflito de utilização.
Também é fundamental um levantamento hidrológico para saber de onde vem as águas, para onde elas vão, quantidade escorrida e por onde passam. Estes dados também são muito úteis, para obras de contenção, barragens, tanques e outros reservatórios, assim como para drenagem, irrigação até para construção de pontes e estradas.
Resumindo, podemos dizer que a erosão não acontece só nas lavouras, ela se evidencia nas estradas, nas obras, nas áreas de laser, nos pátios no pomar, enfim onde existir movimento de terra, lá está a erosão. Por essa razão todos somos responsáveis por ela existir. Vamos continuar o assunto no próximo texto, continuem nos prestigiando.