A QUALIDADE DE VIDA DAS CIDADES
A expansão das cidades se processou de maneira surpreendente nos últimos anos. O processo iniciou-se com uma grande movimentação de migração interna da zona rural para os núcleos urbanizados em busca de melhores condições para sobrevivência, principalmente em relação ao conforto da família. Esse fato esvaziou a roça e inchou as cidades. Na realidade a expansão da cidade deveu-se a falta de providências para fixar o agricultor no interior. A conseqüência disso foi a deterioração da qualidade de vida da população.
Na realidade as cidades se expandiram desordenadamente. De uma maneira geral os centros urbanos por essas razões perderam muito a qualidade de vida e poucos estão se dando conta, que até as pequenas comunidades do interior caminham lentamente para o mesmo destino. O crescimento da periferia é o primeiro reflexo e ele não vem acompanhado dos mecanismos estruturais como: A largura das ruas, as áreas verdes, a canalização especial para esgoto, à drenagem pluvial adequada e a falta de estações de tratamento de esgoto. Em alguns casos falta até a água tratada. Estas são algumas das deficiências que podem ser observadas em quase todas as cidades.
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O lixo produzido de maneira crescente e os efluentes sem tratamento determinam um meio ambiente insalubre. Essa situação repercute nos cursos de águas que nascem ou escorrem próximos às cidades. Eles recebem uma carga orgânica e química muito grande, por essa razão não conseguem absorver. Nesse viés devemos lembrar que a proteção dos recursos hídricos será o maior desafio a enfrentar nas próximas décadas como elemento imprescindível à sustentação da própria vida. Por outro lado existe um aparato jurídico que define a exploração e a conservação dos mananciais que vão gerar gigantescas dificuldades para os administradores e para a população.
A falta de planejamento para ocupação dos espaços determinou que os problemas fossem atacados superficialmente, normalmente com remendos e improvisações, isso, somado a especulação imobiliária, muito contribuiu para a ocupação desorganizada, empurrando a população mais carente a ocuparem muitas vezes áreas de risco que jamais deveriam ser ocupadas.
A falta de áreas verdes e de lazer nas cidades gaúchas é gritante. Nunca se deu a atenção devida a esse assunto, ao contrário, essas áreas quase sempre foram destinadas a outras finalidades “prioritárias”, sepultando a possibilidade de utilização pela sociedade com a melhoria do ar e do divertimento, principalmente das crianças, sua única e verdadeira finalidade. Poucas cidades no Estado possuem a área verde adequada à população que abriga. Um exemplo é a nossa cidade: enquanto a Organização Mundial da Saúde prevê a cobertura arbórea nos aglomerados populacionais de dez metros quadrados por habitante, Camaquã possui em torno de dois metros quadrados por habitante.
Quanto menor a cidade mais fácil o ordenamento de sua expansão. As cidades devem ser planejadas quando ainda se restringem a um pequeno núcleo, isso vale também para as vilas do interior. Nesse caso o estabelecimento tanto do plano de desenvolvimento urbano, como do plano de saneamento básico devem ser seguidos à risca. Dessa maneira estará se economizando dinheiro e garantindo uma melhor qualidade de vida para as futuras gerações.
Não podemos esquecer que não haverá progresso seguro se não for dada uma atenção especial para o bem estar da população, garantindo segurança e saúde para os seus moradores. Pelo menos nós pensamos assim.