A grande reserva de água
A exploração racional dos recursos hídricos será sem sombra de dúvidas, o maior desafio da humanidade, principalmente determinado pelo assustador crescimento populacional do planeta. Só para lembrar, as pesquisas indicam, que em 2.050 seremos 9 bilhões de seres na face da terra.
O consumo de alimentos e principalmente de água, tanto diretamente para matar a sede, para as necessidades fisiológicas e formação do próprio corpo, como indiretamente, pelas indústrias de bens de consumo e pela agricultura determinará um enfrentamento dramático para manter a disponibilidade da água para a humanidade.
A gestão dos recursos hídricos deverá ser com racionalidade, muita eficiência e competência, pois não há como dominar as manifestações climáticas, que a cada momento apresenta uma surpresa desagradável como; vendavais, enchentes, secas, granizos, furacões e outros, que normalmente, deixam um rastro de destruição e morte.
A natureza está fazendo seus alertas, mesmo assim tem gente que acredita na ciência para resolver tudo, ledo engano. A ciência não doma a natureza, ela já está fazendo a sua parte alertando a humanidade para o porvir. Isto está escancarado na mídia escrita e falada, basta prestar atenção.
Todos os mananciais estão comprometidos pela poluição e o uso indiscriminado dos banhados, está dando o toque final, extinguindo as nascentes e desestabilizando os cursos d’água. Também nesse particular, o desmatamento dos topos de morros elimina a infiltração das águas das chuvas determinando o secamento das sangas e prejudicando as recargas de água para os aqüíferos.
Quanto às águas profundas o Brasil é um privilegiado. Deus, além de contemplar nossa nação com 10% das águas superficiais do mundo, ainda nos brindou com o Aqüífero Guarani e outras reservas subterrâneas, verdadeiras lagoas de água doce em várias profundidades, desde a superfície onde aflora até 1.200 metros.
O Aqüífero Guarani abrange os Estados de Matogrosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, esparramando-se ainda pelo Paraguai Argentina e Uruguai. A maior parcela cabe ao Rio Grande do Sul.
Segundo o Geólogo José Machado, “o Aqüífero Guarani não é um manancial livre, a água da chuva se acumula numa rocha porosa. Essa água vem se infiltrando há cerca de 30.000 anos e se move no solo muito lentamente. Isso quer dizer, que a água retirada hoje levará milhares de anos para ser reposta”.
No Rio Grande do Sul mais de 100 cidades se abastecem do Aqüífero Guarani, mas ele não está a salvo da poluição, pois existem vários locais onde aflora. Estes locais de recarga devem ser preservados de contaminantes.
No momento, as alternativas ainda são as águas superficiais, para o abastecimento de grande parte dos brasileiros. As águas profundas ainda são para o futuro, por essa razão é que teremos que agir na preservação das fontes e dos mananciais que banham nosso rincão.
Pensem nisso.