Confira a coluna semanal de Nelson Egon Geiger: Amazing Grace (Maravilhosa Graça)
“Amazing Grace é um Hino Evangélico com 250 anos. Sua letra poética de fé Cristã foi composta por John Newton. Mas, os acordes não têm autoria. Como se pode ver na sua história ela decorre da conversão tardia de um ex traficante de escravos”.
Registro nesta despretensiosa coluna a história da sensacional canção evangélica que, depois de sucesso em todo o mundo culminou em conquistar os teatros da “Broadway”, em Nova Iorque. Conjunto de teatro mais famoso do Mundo. Em Paris, Londres, Milão e outras cidades da Europa existem famosos teatros. Mas não lado a lado, como na “Broadway”.
Bem o que interessa aqui é a história da canção. Com 250 anos a letra foi composta por John Newton, então Pastor Anglicano. Mas a música não tem compositor; não tem autor. No seu começo nem tinha pauta.
Nascido em 24 de julho de 1725, em Londres e filho de um oficial da Marinha inglesa, John Newton foi um jovem rebelde. Depois um moço bagunceiro, desobediente, irresponsável. Só trouxe problemas para o pai. Quando lhe arrumado para ser membro da Marinha britânica culminou em desertar. Envolveu-se daí só em negócios espúrios.
Acabou em se embrenhar nas selvas africanas caçando escravos para entregá-los aos traficantes que os transportavam em navios negreiros para vendê-los na Europa ou atravessar o Atlântico e os vender nas Américas. Ele mesmo culminou em fazer algumas viagens com navios carregados de africanos escravizados.
Quando o pai mandou buscá-lo na África para retornar à Inglaterra no navio em que viajava Newton mostrou-se como grande profano, devasso, bêbado. Mas, no navio ele manuseou um livro: Imitação de Cristo,como mero passatempo. Da leitura começou a se questionar sobre o contido no livro. Nem por isso deixou de ali se embebedar.
No curso da viagem o navio foi alcançado por uma violenta tempestade que o jogou contra pedras na costa norte da Inglaterra e quase afundou em 21 de março de 1748. Homens, animais, provisões caíram ao mar. Muitos morreram.
Nesse momento Newton se ajoelhou no convés e orou a Deus pela primeira vez depois de muitos anos; desde que deixara o colégio.
O navio não afundou. Quando a tempestade passou foram socorridos e John voltou para Londres. Mesmo assim se esqueceu do salvamento Divino. Ainda efetuou outros tráficos de escravos. Só passados mais alguns anos se converteu ao cristianismo e começou a defender o fim da escravidão, influenciando na decisão inglesa de interferir e acabar com o tráfico de escravos; até perseguir navios negreiros.
Em 1764 culminou em ser ordenado Pastor. Em 1773 em um sermão declamou a letra de “Amazing Grace”, pois, também era poeta.Em 1779 ele foi buscar a música para a letra já então escrita.
Explico: aos escravos presos no porão do navio era proibido cantar. Então murmuravam de forma sonora. Pois Newton lembrando os murmúrios de tantos inocentes que escravizou utilizou esses murmúrios como música para sua poesia, depois transformada em hino evangélico. De tal sorte que, no piano usam-se poucas teclas para tocá-la, como assisti em uma apresentação na qual o artista mostrou como tocar e contou a história de John Newton; e de como fez a letra e, depois, juntou o solo musical.
Da década de 1970 para cá tem sido uma das músicas mais gravadas por diferentes cantores. Cerca de 6.600 vezes, segundo o “Broadcast Music”. Elvis Presley, Nana Mouskoury, Celine Dion, Barbra Streisand e Andrea Bocelli, entre tantos gravaram essa maravilhosa graça.