Como soube da morte de John Kennedy: confira a coluna semanal de Nelson Egon Geiger
A sinaleira antiga esta entre dois CAFÉS na diagonal: na esquina onde hoje há uma farmácia, existia o Café Nacional e no outro canto, onde até hoje, o Café Tropical. Este na época era do saudoso Jorge Atrib. Que mantinha um “serviço de alto falantes” ao público. Comuns há mais de meio século atrás em cidades do interior.
O serviço tanto servia para informações públicas, como para noticias, comunicações; até transmissão de jogos de futebol. Se o Grêmio lá estava o Jorge colocando o Hino “Até a pé nós iremos …”. Caso perdesse também o hino estava no ar.
Como a agência do Banco do Brasil, desde 09 de abril de 1963 era onde hoje está a agência do Banrisul, estando trabalhando ouvíamos, funcionários e clientes que estivessem em horário de atendimento, constantes intervenções da “Voz do Poste” do Jorge abrir o microfone.
ASSIM foi na tarde de 22 de novembro daquele ano (1963). Jamais vou esquecer: “Atenção há poucos minutos em Dallas, Estados Unidos, o Presidente Johan Kennedy foi atingido por disparo de arma de fogo”.
O episódio é conhecido: John Kennedy, juntamente com a esposa, Jacquelyne e o Governador do Texas, John Connally desfilavam em carro aberto pelas ruas de Dallas, quando um tiro atingiu o Presidente.
O fato ocorreu as 12:30hs no Texas que, em razão do fuso horário aqui estávamos no meio da tarde; não sei se 14:30hs ou 15:30hs. Um anúncio que ninguém esperava.
Estávamos no meio da “guerra fria”. Ou serviços de espionagem e contra-espionagem dos EEUU e da URSS, como mais o M16 da Inglaterra, cujo “Agente 007de Sua Majestade” há quase uma década circulava nos livros de Ian Fleming. Um ano antes ocorrera o episódio dos mísseis em “Cuba” quase nas costas de Miami, política que obrigou Kennedy e Kruschev negociarem. A base foi desativada.
Assim ocorreu o 4º assassinato de Presidente dos EEUU quando no exercício do cargo. Os outros que tiveram a mesma sina foram: Abraham Lincoln em 1865, morto por um tiro disparado pelo escravagista John William Booth. James Garfield, em 1881; e William Mackinley, em 1901.
O último é um dos personagens do famoso livreto “Mensagem a Garcia” objeto de um comentário meu passado; falado e escrito.
Passados 60 anos da “pergunta que não quer calar”, como até hoje sem resposta, a conclusão da “Comissão Warren” que investigou no Congresso americano o fato, concluiu que, efetivamente fora Lee Oswald o assassino. Ele morara na Rússia e tinha simpatias com o comunismo. Mas, segundo investigações jornalísticas foi insuflado pela máfia para o ato.
No livro “Marilyn e JFK, de Francois Forestier, realmente é essa a conclusão. Tanto que, em meio aos policiais que o escoltavam, Jack Ruby, que tinha laços mafiosos matou Oswald antes que esse pudesse ser processado e prestasse depoimento. Em resumo o Presidente foi assassinado por um esquerdista em conluio com a máfia.
Aqui, na área central de Camaquã se soube do fato de forma interessante. No meio da tarde o Atrib colocou no ar seu alto falante público e deu a notícia. Época em que se saberia somente mais tarde. Via rádio, pelo “Repórter ESSO”; ou noticiário na TV, incipiente na ocasião. Ou através de jornal impresso no dia seguinte. Episódio marcante de minha juventude; quando ainda solteiro e escriturário do Banco do Brasil.