Secretaria da Cultura recebe a segunda denominação em quatro anos
A criação da Secretaria Municipal da Cultura foi uma iniciativa do prefeito José Cândido de Godoy Netto, que no final dos anos 80, em seu segundo mandato, deu status de secretaria a antiga Casa da Cultura, que funcionava no atual prédio da Câmara Municipal de Vereadores. E logo a seguir, no governo Hermes Rocha, a pasta atingiu seu ápice, com a restauração do Forte Zeca Netto, onde esteve sediada até este ano. Sim, porque segundo consta a nova secretaria, criada na semana passada, será instalada junto ao prédio da Receita Federal, que agora pertence ao Município.
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Antes, durante muitos anos a Cultura esteve integrada a pasta da Educação. No início dos anos 2000, na primeira gestão do governo João Carlos Machado, a pasta voltou a ser uma subsecretaria agregada a área educacional. No entanto, no início de seu segundo mandato, o prefeito atendeu aos anseios da comunidade cultural, e a pasta voltou a ter autonomia própria. E logo a seguir no governo de Ernesto Molon o setor turístico passou a ser atendido pela nova pasta agora com a denominação de Secretaria Municipal da Cultura e Turismo, visto que a cultura e o turismo local estão intimamente ligados à rica história de Camaquã Terra Farroupilha. Cabe ressaltar que estas mudanças tiveram sempre ampla participação das entidades, e não foram tratadas somente do ponto de vista político-administrativo.
Já em 2017 o atual prefeito Ivo de Lima Ferreira, em seu primeiro mandato, resolveu agregar o setor esportivo a pasta criando a Secretaria da Cultura, Turismo, Lazer, Desporto e Juventude, alegando questões de economia. Contudo, na ótica de muitos integrantes do setor cultural, esta economia não ocorreu pois foi preciso nomear dois diretores, um de Turismo e outro de Esportes. Independente disto fica evidente o retrocesso cultural que o município vem passando, e para exemplificar basta ressaltar que em três anos tivemos a realização da Feira do Livro em três locais diferentes, já que em 2020 o evento não ocorreu em virtude da pandemia.
Além disso a nova secretaria contou com cinco secretários, no período de quatro anos, o que inviabilizou que fosse colocado em prática algum projeto de longo prazo pois dentro deste contexto fica humanamente impossível qualquer tipo de avanço independente da qualificação do nomeado.
Agora reeleito, o chefe do Executivo, realiza uma segunda mudança, integrando o setor cultural e turístico com indústria, comércio e serviços. A nova pasta, que foi aprovada recentemente pela Câmara de Vereadores, tem um nome pomposo: Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Inovação, Cultura e Turismo. Enquanto isso o esporte ficou contemplado na nova Secretaria Municipal de Educação e Desporto.
Se vai dar certo só o tempo dirá. O que se tem certeza é que o novo secretário, o jovem e atuante advogado Clayton Dworzecki Soares, terá muito trabalho pela frente pois não será tarefa nada fácil encaixar demandas e interesses do setor empresarial com questões de turismo e cultura. O fato é que em pouco mais de quatro anos são duas denominações envolvendo a pasta da cultura, e o sexto secretário a ocupar o cargo.
O novo secretário não pode cometer os mesmos erros de seus antecessores. Desejamos sucesso em suas decisões e ações. Mas para que a nova pasta tenha êxito é preciso planejamento, criação de um calendário turístico-cultural, diálogo franco com as entidades e integração com os demais municípios da Costa Doce, do contrário Camaquã Terra Farroupilha continuará sendo somente um título estadual com um selo honorífico em um papel timbrado.
Clic Humor com Sabedoria:“No campo da antropologia a arte e a cultura é o fator que diferencia o homem dos animais.” (Catullo Fernandes)