CAPOCAM 35 anos de Poesia – Vai um Cafezinho aí?
Leia a coluna de Catullo Fernandes (Arte, Cultura e História), escritor, poeta e pesquisador.
No domingo que passou, o Cafezinho Poético-Musical esteve registrando 35 anos, desde a primeira edição em 19 de maio de 1989, com o extinto Restaurante e Churrascaria Dröse completamente lotado. A ideia do sarau foi inspirada no evento com o mesmo nome, que ocorria uma vez por mês, no extinto Restaurante Dona Maria, em Porto Alegre, realizado a partir de 1964, pela Casa do Poeta Rio-Grandense, com organização de seu eterno presidente, o saudoso poeta Nelson Fachinelli.
O idealizador e primeiro presidente da CAPOCAM, Álvaro Santestevan, que frequentava o evento desde 1987, trouxe a proposta do Café Poético para Camaquã, tornando-se um grande êxito, com encontros mensais durante muitos anos. Mas como tudo na vida sofre mudanças, o Cafezinho também foi atingido pela “correria” desenfreada dos novos tempos, onde inclusive em dado momento foi preciso mudar o horário de início para mais tarde para fugir de uma concorrência desleal, já que às 20h30 as novelas da Globo roubavam qualquer audiência.
Com mais de cem apresentações o Cafezinho, que a partir da primeira edição da Semana da Poesia, em 1997, passou a ser realizado com a organização da Criarte e o apoio da Associação Amigos da Água Grande – Pró Memória Barbosa Lessa, é o Sarau Literário mais longevo e com o maior número de edições, em Camaquã e Região. Ele já foi realizado em diversos espaços da cidade, sendo o Galles Restaurante, depois do Dröse o que mais recebeu o encontro. Mas já ocorreram saraus no quiosque da Praça Zeca Netto, na Servi Uniasselvi, na Feira do Livro, na Fundasul, e em diversas escolas. Além disso o Cafezinho, que no ano passado aconteceu no Luau Chão de Estrelas, no Verdes Campos, já foi degustado e aplaudido em Arambaré, Chuvisca e Dom Feliciano.
O Cafezinho Poético-Musical remete a uma singela homenagem à bebida mais apreciada pelos brasileiros, o que jamais impediu que durante a celebração muitos brindem com vinho, cerveja e destilados, afinal os poetas tem sede de vida. E além disso nada como um bom café preto bem quente e uma boa música para curar uma ressaca de poesia.
Casa do Poeta Camaquense 35 anos de história
A Casa do Poeta Camaquense, conhecida em todo o Estado pela sigla CAPOCAM, atualmente presidida pela escritora e advogada Ana Irene Moraes Silveira, é a entidade literária mais longeva da Região da Costa Doce, fundada em 31 de março de 1989. Em 2024 está completando 35 anos de atuação ininterrupta na área cultural, com ênfase na literatura e em particular a poesia. A associação, única instalada em uma praça no Brasil, com sede na Praça Cel. Sylvio Luiz, é afiliada a Casa do Poeta Brasileiro (POEBRAS).
Em sua trajetória a associação contribuiu para a publicação de aproximadamente sessenta novos títulos. Diversos eventos são promovidos pela Casa, o mais tradicional, o Cafezinho Poético-Musical, com mais de 100 apresentações, além da participação ativa em Feiras de Livros e Congressos Literários. A Semana da Poesia, em parceria com a Criarte Marketing & Eventos, está em sua 26ª edição, sendo que em 2019 a entidade atuou na I Praça da Poesia, com diversas atrações artísticas e a distribuição gratuita de 1.380 livros.
Em sua caminhada a CAPOCAM editou seis coletâneas poéticas, e oito edições da revista literária “Cidade da Poesia”, sendo sempre destaque na Feira do Livro de Camaquã, com recorde de lançamentos literários. Mas o grande foco da entidade é o projeto de leitura (contação de histórias e recitais) – Poesia na Escola – que já distribuiu mais de 8 mil livros, com atividades em praticamente todas as escolas de Camaquã e Região.
Com um quadro em torno de trinta associados a CAPOCAM tem como Patrono Perpétuo, Luiz Carlos Barbosa Lessa; Patrona de Honra, Helena Beatriz de Campos Corleta; e Patrono Espiritual, Raphael Pires dos Santos. Dentre os objetivos desta entidade cultural estão a descoberta de novos valores literários, o resgate de autores do passado que não tiveram oportunidade de publicar e o incentivo permanente à leitura, além de manter intenso intercâmbio da região Centro-Sul com outros polos culturais.
Dentro desta proposta a CAPOCAM homenageia autores locais como Patronos de Gestão (18 nomes da literatura camaquense até o momento), sendo que a primeira foi a poeta Anna César (1989), e a nova gestão que ora inicia tem como Patrona a educadora e poeta Erenita Claro Ávila.
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Foto: Arquivo Criarte -
Foto: Arquivo Criarte -
Foto: Arquivo Criarte -
Foto: Arquivo Criarte
