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12 de dezembro de 2024

    As lições e ilações em tempos de pandemia – Parte II


    Por Redação Clic Camaquã Publicado 19/03/2021
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    Confirmou-se a previsão da nossa coluna anterior, e o ministro Pazuello, que terá que responder em vários processos, finalmente foi exonerado. Foram dez meses desastrosos quando sequer um Comitê Nacional de Crise funcionou na prática, e de quebra não houve divulgação oficial do Ministério da Saúde em relação ao uso da máscara e distanciamento social, cabendo a contestada Rede Globo conduzir esta campanha com um consórcio de imprensa.

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    O STF teve que intervir várias vezes assim como governadores e prefeitos. O governo federal não se importou com a gravidade do momento, não teve agilidade na compra de vacinas, e no final do ano zerou o auxílio emergencial e decretou, não se sabe o motivo, que a pandemia no Brasil havia acabado. Até mesmo condolências às famílias dos mortos foram negadas. Só não acusem o presidente de anti-higiênico – neste quesito – ele literalmente lavou as mãos.

    Segundo a Fiocruz o Brasil passa pela maior crise hospitalar-sanitária de sua história. E omissão também é crime. O presidente da República é sim o maior responsável por todo este caos durante a pandemia. Senão, vejamos: quando as coisas andam bem em um país, mesmo sem interferência presidencial, o bônus cabe ao chefe do executivo, logo quando o país vai mal o ônus também tem que ser creditado a ele, ainda mais quando o próprio presidente atua diretamente na promoção do caos social. Contudo, apesar de tantas ilações por parte dos negacionistas e terraplanistas, no final vai ficar provado que ciência e fé podem e devem caminhar de mãos dadas.

    As lições desta pandemia também são muitas. O vírus veio para ensinar que é preciso dedicar mais tempo à família, especialmente os filhos menores; que é preciso cuidar mais do planeta para que certas doenças não proliferem; que é possível trabalhar em casa visto que esta atividade será a máxima de um futuro bem próximo; que a arte e a cultura são imprescindíveis ainda mais no isolamento destes dias nebulosos de solidão; e que o poderoso mercado financeiro é frágil, e precisa da mão acolhedora do Estado.

    O vírus, em particular no Brasil, nos ensina que é preciso agir diante da desigualdade na educação que ficou evidenciada, da precariedade do transporte público, principalmente nas capitais e grandes cidades, e também mostrou que o SUS, exemplo para o mundo, é fundamental em momentos de crise sanitária ainda que precise de muito mais investimentos do que recebe.

    Na questão de sanitização ficou evidente, que estes produtos espargidos nas paradas de ônibus, praças e logradouros públicos, na entrada e entorno de hospitais, e onde há esgoto a céu aberto nas periferias, precisam ser ampliados pelas prefeituras não só em época de pandemia. A higienização diária deve ser mantida como o gesto simples de lavar as mãos e usar álcool em gel. E os supermercados devem ter o cuidado diário com carrinhos e cestos que todo cliente toca. Estes hábitos devem ser adotados não só em virtude da covid mas também em relação a outros vírus contagiosos. Afinal, prevenção é tudo!

    Não é hora de viajar, de frequentar praias e shoppings, de ir a bares e boates, afinal: celebrar o quê? E que fique bem claro. Ninguém é a favor de fechar tudo. A economia precisa girar para que o país, que sofre com a pandemia aliado a crise econômica, possa se recuperar. Mas no momento esta é a única alternativa que restou em nome de um bem maior que é a vida. Fechar as portas agora para abrirem-se janelas num futuro bem próximo, o que só ocorrerá quando tivermos a vacinação em massa. Que esta pandemia passe, que se tenha um final feliz, e a empatia seja vencedora assim como na magistral obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez: “O amor nos tempos do cólera”.

    Clic Humor com Sabedoria: “A história não perdoará os alarmistas, e muito menos os negacionistas.” (Catullo Fernandes)