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A decadência na linguagem e o culto ao palavrão


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 02/07/2020
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Em minha infância/adolescência convivi com um tio que a cada dez palavras pronunciadas a metade eram palavrões. Ele inclusive declamava quadrinhas pornográficas, erroneamente atribuídas ao grande poeta-boêmio português Manuel Maria Barbosa Du Bocage (1765-1805), e também dizia uns versos gaudérios, que só eram cantados nos galpões pelos peões depois de muita pinga.

Infelizmente nos dias atuais o palavrão virou um costume brasileiro. Impropérios restritos aos botecos de quinta categoria hoje fazem parte do cotidiano. Expressões chulas e palavras de baixo calão estão por toda a parte: nas conversas dos jovens, nas redes sociais, nas lives e shows de artistas famosos, e pasmem como diz o meu amigo colunista Nelson Egon Geiger, até em reuniões ministeriais, em entrevistas do presidente e nas falas de importantes autoridades. E o pior é que pessoas que se dizem do bem e da tradicional família brasileira, escutam estas aberrações e balançam a cabeça afirmativamente concordando: -“tem mais é que chutar o pau da barraca, mesmo”!

Um exemplo clássico de como este tipo de episódio já faz parte da cena brasileira foi a famigerada reunião ministerial de 22 de abril – dia do Descobrimento do Brasil – quando acabamos descobrindo que o dinheiro público também serve para investimento em reuniões pouco republicanas, que deveriam tratar sobre questões crucias da nação em plena pandemia, mas que se tornou um festival de besteiras que assola o país – digno da obra do saudoso cronista Sérgio Porto, sob o heterônimo de Stanislaw Ponte Preta, autor da memorável FEBEAPÁ editada em três volumes (1966-67-68), nos anos de chumbo da ditadura militar. Chega a ser óbvio que de tanto ver e ouvir autoridades falando impropérios o povo comece a incorporar este costume vicioso no seu dia a dia.

Evidente que não se quer passar por conservador e achar que nada disso existia antes. Mas somos do tempo em que dizer merda, mesmo nas novelas da Globo, que sempre foi vanguardista nos costumes, era algo impossível de se pensar. Para isto existiam as peças teatrais e o cinema, mas é claro com restrição etária para menores de 18 anos de idade.

A verdade é que o palavrão na boca de gente sem conhecimento se torna um argumento. Quando uma pessoa não tem como debater apela para o palavrão, e está encerrado o debate. Basta ofender o interlocutor e está tudo resolvido. Isto é o que prega o guru Olavo de Carvalho: – não perca tempo discutindo com seu adversário, desqualifique-o – esta é a máxima das aulas olavistas, que ele aplica na internet para milhares de jovens.Só falta oficializar esta distorção de costumes via Ministério da Educação, e sob a égide de Weintraub e seus seguidores, criar-se um dicionário de palavrões da língua portuguesa.

Que bom que aquela ingenuidade quase infantil dos palavrões do falecido Cardoso, nos meus tempos de criança, fossem ditas sem a maldade dos dias de hoje. Mas não se iludam. Estamos propensos a construir uma geração que não opina, mas ofende… que não defende suas ideias, mas ataca o seu debatedor. Além de perdermos a capacidade do diálogo enriquecedor, estaremos produzindo seres agressivos e desorientados, e que diante do primeiro impasse vai te mandar para aquele lugar.

Clic Humor com Sabedoria: “Besta e mais besta! O positivo é nada… Perdoa, se em gramática te falo. Arte que ignoras, como ignoras tudo.” (Bocage)


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