Ambulantes: Conheça a história de dois jovens que encontraram seu sustento nas portas do comércio de Camaquã
Robson Silva, de 32 anos e T., de 14 anos, trabalham diariamente vendendo lanches e rapaduras nas ruas da cidade
Robson Silva, de 32 anos, é velho conhecido dos trabalhadores do comércio de Camaquã. Morou em Caxias do Sul por 9 anos, até voltar para Camaquã, em 2016. Já trabalhou em indústrias e comércios, vendeu cursos e até chips de operadora, até decidir fazer o que chamou de “atitude empreendedora”: trabalhar como ambulante.
Começou vendendo panos de prato, comprar três por R$7,50 e vendia a R$10,00. Depois, decidiu fazer pasteis, com a ajuda de um cunhado cozinheiro. De início, Robson conta que deu certo, porém, por falta de estrutura e equipamentos necessários, decidiu firmar uma parceria com uma empresa da área de alimentação, com quem trabalha atualmente. Ele ampliou seus produtos, vendendo pasteis, croquetes, enroladinhos, e, segundo ele, o que o cliente pedir. Já teve ofertas para trabalhar em diversas empresas, mas recusou. Ama o que faz. “Um dia nunca é igual ao outro, isso é o que eu mais gosto na minha profissão” conta ele.
Robson conhece a maior parte de seus clientes e sabe o nome de cada um deles, ele conta que sua prioridade é criar vínculos e passar confiança, melhorando o dia das pessoas. “Trabalhar em comércio é complicado, as vezes a pessoa está cansada, desmotivada, eu tento chegar transmitindo alegria”.
“Você já comeu rapadura boa alguma vez? Te ofereço a melhor rapadura de amendoim que você vai comer, e se não gostar, devolvo seu dinheiro”
É assim que T., de 14 anos, vende rapadura pelas ruas desde os 10 anos de idade. Ele cursa o 7º ano do Ensino Fundamental, pela manhã, e diz ser um ótimo aluno. “Minhas notas são boas, as professoras só reclamam porque eu converso muito”. Nos fins de semana, gosta de andar de bicicleta, jogar vôlei e se divertir com os amigos.
T. mora com a mãe e três irmãos de 1, 4 e 11 anos. Começou a vender rapaduras quando a mãe e o padrasto se separaram e eles enfrentaram uma crise financeira. A ideia foi da avó, que ensinou a receita. Hoje, a mãe produz e ele vende. Sai de casa as 14h e volta em torno de 20h. Vende, em média, 40 rapaduras por dia.
“Logo que eu comecei a vender, as vezes tínhamos só arroz para comer, fazíamos no almoço e tinha que guardar para a janta”. O sonho dele é ser empresário no ramo de vendas, mas ainda não decidiu qual área seguir. Se dá muito bem com seus clientes e nunca enfrentou problemas com nenhum deles. Inclusive, contou empolgado que no último natal, ganhou uma bicicleta dos amigos da Afubra.
“Quero crescer e ser um empresário, gosto de empreendimentos, marketing, vendas. Tenho um amigo, um cliente, que me dá muitas dicas”.
T. e Robson são amigos e, inclusive, se encontram diariamente e compram um do outro.
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