Ex-Policial é preso suspeito de matar transexual em Porto Alegre
Vítima foi atingida por tiro na cabeça no dia 17 de outubro
Nesta terça-feira, dia 26 de outubro, um policial militar aposentado foi preso em Cidreira, no litoral norte Gaúcho, suspeito de matar uma mulher trans em Porto Alegre. A vítima tinha apenas 26 anos de idade. O suspeito confessou o crime.
O assassinato ocorreu no dia 17 de outubro. A Polícia Civil passou a investigar o caso a partir de uma ocorrência de desaparecimento registrada pela família da vítima na terça-feira (19).
O suspeito relatou em depoimento que a mulher trans teria entrado em seu carro e tentado assaltá-lo usando uma faca, em uma avenida na zona norte da Capital, de acordo com o delegado Gabriel Lourenço, da 5ª Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa de Porto Alegre. Segundo o depoimento, depois disso o suspeito disparou contra a vítima, acertando-a na cabeça.
Após o disparo, o autor teria deixado o corpo em Alvorada, na Região Metropolitana, antes de partir para o Litoral. O corpo foi localizado em uma área deserta do Distrito Industrial do município, às margens da RS-118, e foi encontrado dias depois.
O carro usado pelo suspeito foi apreendido e passou por perícia. Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), foi identificada substância que pode ser sangue após teste com o reagente luminol. As amostras serão encaminhadas para comparação com o sangue da vítima.
Conforme o delegado, a polícia trabalha, inicialmente, com a hipótese de homicídio qualificado.
As buscas para o cumprimento da prisão preventiva do suspeito contaram com o apoio da Corregedoria-Geral da Brigada Militar. O policial aposentado está preso no Presídio Policial Militar, em Porto Alegre. Ele não teve a identidade divulgada.
Em nota, a Brigada Militar disse que o suspeito não será investigado disciplinarmente pela instituição. Leia na íntegra:
A Corregedoria-Geral da Brigada Militar atuou em conjunto com Policiais Civis da 5ª DHPP para efetuar a prisão preventiva do Militar Estadual da reserva, suspeito de envolvimento em ocorrência de homicídio. Ele foi conduzido a sede da 5ª DHPP em Porto Alegre e depois ao Presídio Policial Militar, onde segue cumprindo a prisão preventiva.
O suposto crime não é alcançado pela legislação militar pois não foi praticado nas condições que a lei prevê, até mesmo pelo fato do ME estar na Reserva Remunerada, bem como não é alcançado disciplinarmente.
O Militar teve a liberdade cerceada, constituindo o tipo de sanção mais severa que a legislação brasileira prevê.