Servidores farão paralisação geral se Estado atrasar salários de julho
Presidente do Cpers já reclama do bloqueio de cartões bancários

Servidores públicos que previam, ainda para hoje, uma definição da Secretaria da Fazenda sobre o calendário de pagamento de julho, decidiram organizar uma paralisação geral, na próxima segunda-feira, caso o Palácio Piratini confirme o atraso ou o parcelamento de salários, na próxima sexta. Trabalhadores ligados a cerca de 40 entidades se reuniram hoje no Cpers Sindicato. Eles também definiram se unir a trabalhadores do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff) em um protesto a partir das 10h desta quinta. Hoje, cerca de 400 funcionários de secretarias com sede no prédio já promoveram um apitaço, no fim da manhã. A partir de sexta, plenárias regionais vão começar, ainda, a planejar a marcha em defesa do serviço público, prevista para 18 de agosto, em Porto Alegre.
De acordo com a presidente do Cpers, Helenir Shurer, o sindicato não para de receber queixas de professores endividados e a ameaça de greve é motivada pelo risco de atraso salarial. “Nós temos contas no Banrisul e já estávamos comprando parcelado e contraindo empréstimos, com todas as datas de pagamento previstas para o dia 28. Não houve depósito, as contas estão no negativo e esse desrespeito estimula a greve”, atacou.
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Ao confirmar que os prejuízos já existem, a dirigente do Cpers relata episódios de constrangimento. “Nós temos casos concretos de professores em compras que, na hora de pagar no caixa, foram surpreendidos pelo bloqueio do cartão bancário. É um constrangimento atrás do outro”, lamentou.
Ela defende que o Banrisul tenha flexibilidade com os funcionários públicos, por ser um banco estatal. “O dono do Banrisul é o governo e ainda assim ele nos cobra, sabendo que o chefe não paga”, questionou.
A Fazenda já informou que, somente a partir de amanhã, vai ter definições sobre a forma de pagamento da folha de pessoal. Anteriormente, a Pasta já havia confirmado que abandonou o até então tradicional calendário de pagamento, dividido em três dias. Daqui para frente, os depósitos ocorrerão somente no último dia último do mês, assim como o recebimento das férias, independente do período de afastamento do servidor.
Servidores dizem que documento do governo já comprova parcelamento
O jornal Correio do Povo informou que documento circulando entre servidores públicos, sem confirmação do governo, já antecipou parcelamento de salários acima de R$ 1,8 mil. A alegação é de impossibilidade material de pagamento. Os servidores com vencimentos acima desse valor podem ter complemento de R$ 350 pagos no dia 3 de agosto e de R$ 1 mil no dia 13. O restante pode ser creditado apenas em 21 de agosto.
De acordo com o documento de posse dos funcionários, o parcelamento também pode afetar pensionistas, até mesmo de outros Poderes e órgãos, além de servidores de autarquias dependentes de recursos do Tesouro, como o Daer, a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e o Ipergs.