Entidades de servidores do RS confirmam paralisação geral, na segunda-feira
Paralisação ocorrerá contra o parcelamento de salários
Com a confirmação do parcelamento dos salários nos contracheques recebidos na manhã desta sexta-feira, as entidades que representam os funcionários públicos do Rio Grande do Sul confirmam paralisação geral e uma grande manifestação na próxima segunda-feira, em Porto Alegre. Servidores devem se concentrar no Centro Administrativo Fernando Ferrari e em frente ao Palácio da Polícia, na avenida Ipiranga com a João Pessoa.
O presidente da Ugeirm (Sindicato dos escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil), Isaac Ortiz, lamenta que o próprio governador não venha a público dialogar com a categoria e delegue os anúncios a secretários. Ele ainda destaca que a segurança vem sendo sucateada devido ao corte de gastos decretado desde o início do ano. “Nos chamaram ontem, na Casa Civil, mas a decisão de parcelar já estava consumada. O que a gente cobra é que não há diálogo do governo com os servidores. Está terrível para o servidor público e para a sociedade como um todo. O governo simplesmente aplica sua política e depois vê o resultado. Assim como aplicou o decreto que tem sido uma carnificina na área da segurança, porque contingenciou todos os gastos com segurança pública. A polícia vai praticamente paralisar todas as atividades, não porque queira, mas por inoperância do governo do Estado”, destaca.
Para o presidente do Sintergs (Sindicato dos Técnicos Científicos do RS), Joanes Machado da Rosa, a forma com a qual o governo coloca a culpa da crise na folha do funcionalismo acaba por colocar a população contra os servidores. “Essa estratégia é muito nefasta, inclusive para a própria sociedade. O governo vem atribuindo ao servidor público todo o caos na economia que, ao longo de muitos anos — e não é culpa desse governo — os outros governos não têm enfrentado com seriedade. Têm sido tomadas providências dde cada governo para os seus quatro anos. Não temos visto e não temos perspectiva de ter um governo de Estado, e não simplesmente um governo de governo”, afirma.
Como o governo decidiu descumprir várias decisões judiciais que podem implicar em multa ao Piratini, a expectativa das entidades é buscar penalidades contra o próprio governador José Ivo Sartori (PMDB). O vice-presidente da Fessergs (Federação Sindical dos Servidores Públicos) e presidente da Amapergs (Sindicato dos Servidores Penitenciários), Flávio Berneira, garante que os sindicalistas vão voltar a provocar o Judiciário para medidas urgentes. “Além da ação de resposta e mobilização das categorias, vamos também provocar o Judiciário para que as decisões judiciais prevaleçam. À medida que o governo desrespeita o poder judiciário, ele afirma que todos os cidadãos também podem desrespeitá-lo. Está aí outra aberração e precisamos que o Judiciário também se manifeste nesse sentido”, protesta.
Em conselho com representantes do interior do Estado nesta sexta, o Cpers – Sindicato já está orientando a suspensão total das aulas na segunda-feira. “Apesar de termos uma parte da categoria que vai receber o salário integral, porque é tão baixo que não chega a ficar entre os que vão ser parcelados, a pressão é para todos e a orientação é geral para paralisação na segunda”, reafirma a presidente do Cpers, Helenir Schürer. A presidente do Sinpol (Sindicato dos Servidores da Polícia Civil), Ilorita Cansan, ressalta que apenas serviços de urgência devem ser mantidos.
Depois da paralisação geral na segunda-feira, os sindicatos devem percorrer o interior do Estado com manifestações até o dia 18 de agosto, quando uma assembleia geral unificada deve colocar em votação a possibilidade de greve geral no funcionalismo público.
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