Trabalho das Apaes é homenageado no Senado
Pessoas com deficiência acompanharam a sessão especial para comemorar os 60 anos do Movimento Apaeano
Há 60 anos presente em todos os cantos do país, o movimento das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) foi elogiado pelos senadores ontem, em sessão especial no Plenário do Senado.
Requerida por Ana Amélia (PP-RS) e apoiada por outros senadores, que defenderam a atuação do movimento na educação das pessoas com deficiência, a sessão contou com apresentação do Coral do Senado e com a declamação de poesia de um aluno da Apae, Alexandre Lemos.
O movimento é uma grande rede constituída por pais, amigos, pessoas com deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras — públicas e privadas — para a promoção e defesa dos direitos da pessoa com deficiência e a sua inclusão social.
A primeira iniciativa do grupo foi no Rio de Janeiro, em 1954, quando foi criada a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), liderada por Beatrice Bemis, membro do corpo diplomático americano e mãe de uma criança com síndrome de Down, que, com outras famílias, vivia o drama de não encontrar escolas para os filhos.
O objetivo do movimento, entre outros, é garantir a escola especial como escola de fato e direito, por isso, inclusiva, do ponto de vista do acolhimento à diversidade; a parceria do poder público com as instituições filantrópicas regularmente constituídas para que seja garantida a política inclusiva; e o apoio à profissionalização e à inclusão no mercado de trabalho dos jovens com deficiência intelectual e múltipla.
Hoje, o movimento reúne a Federação Nacional das Apaes, 23 federações estaduais e 2 mil Apaes distribuídas em todo o país, que dão atenção integral a mais de 244 mil pessoas com deficiência.
Cyro Miranda (PSDB-GO) lembrou que o Movimento Apaeano foi pioneiro no país e responsável por conquistas como a realização do teste do pezinho, hoje obrigatório a todos os recém-nascidos. Ele também destacou projeto de sua autoria (PLS 589/2011), em tramitação na Casa, que garante ensino obrigatório às pessoas com deficiência.
Ana Amélia citou vários exemplos de inclusão promovida pelas Apaes. Entre eles, parceria com a Biblioteca do Senado, onde oito alunos fazem a higienização dos documentos e livros.
Segundo a senadora, o Movimento Apaeano é o maior movimento filantrópico do país.
— Talvez seja o melhor exemplo de um voluntariado que junta a família, junta os amigos, junta a sociedade numa causa comum, que é a da inclusão — afirmou.
A presidente da Federação Nacional das Apaes, Aracy Maria da Silva Lêdo, ressaltou que a inclusão, tão falada e defendida atualmente, muitas vezes é apenas alvo de “jeitinho” ou é feita “da boca para fora”. Por isso, Aracy destacou a força do Movimento Apaeano. Graças a essa força das Apaes, afirmou Cyro Miranda, foi possível manter, durante a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE) no Senado, o texto da Meta 4, que dá a preferência às Apaes para a educação especial.