Planalto tenta reagir com pacote anticorrupção

Impactado pela divulgação de que a cúpula do PT no Senado – formada pelo trio Glesi Hoffmann, Humberto Costa e Lindbergh Farias – será investigado no rol dos 49 políticos apontados pela Procuradoria-Geral da República como possíveis participantes de esquema de propina na Petrobras, o Palácio do Planalto prepara o anúncio de um pacote anticorrupção para este domingo. Dilma deve falar em rede nacional de rádio e TV, às 20h40min, em pronunciamento que abordará também o Dia Internacional da Mulher.
A presidente fará uma defesa forte do governo. O discurso foi moldado pelo marqueteiro João Santana, que quer aproveitar o palanque eletrônico para enviar recados à população e resgatar a popularidade de Dilma. Pouquíssimos assessores acompanharam a gravação do pronunciamento, na quinta-feira, em uma estratégia montada para evitar vazamentos.
No pronunciamento, a presidente vai exaltar as políticas sociais dirigidas ao público feminino como os principais serviços para o atendimento integral de vítimas de violência, como delegacias especializadas, defensorias e promotorias. Ela deve aproveitar o discurso em rede nacional para defender um pacote anticorrupção e o ajuste fiscal elaborado pela equipe econômica. Vai justificar a importância das medidas, enfatizando que o Brasil tem fundamentos econômicos sólidos para enfrentar a no enfrentamento da crise.
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Doleiro cita Dilma e Lula em depoimento
Em um dos depoimentos da delação premiada, o doleiro Alberto Youssef declarou que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula “tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da estatal (Petrobras)”. O trecho está citado na petição da Procuradoria Geral da República (PGR) que pede abertura de inquérito contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O depoimento traz ainda os nomes de ministros dos governos de Dilma e Lula como conhecedores do esquema.
Ainda conforme a petição da PGR, a declaração foi feita em complementação a depoimento do dia anterior, em que o doleiro detalhou circunstâncias em que supostamente entregou R$ 1 milhão à campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. No trecho, Youssef diz que “gostaria de ressaltar que tanto a presidência da Petrobras quanto o Planalto tinham conhecimento” da distribuição de comissões.
Indagado sobre a quem se referia com o termo “Planalto”, o doleiro listou nomes. “Esclarece que (se referia) tanto a Presidência da República, Casa Civil, ministro de Minas e Energia, como Lula, Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Dilma Rousseff, Antônio Palocci, José Dirceu e Edison Lobão, entre outros relacionados”, diz trecho do termo de colaboração de Yousseff.