Moraes nega pedido para investigar inserções e diz que Bolsonaro pode ter agido para ‘tumultuar’ eleições
Campanha alegou que rádios estavam deixando de passar inserções da propaganda do candidato. Presidente do TSE afirmou que dados apresentados são inconsistentes: 'Sem documentação crível'.
No final da tarde desta quarta-feira, 26 de outubro, Alexandre Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o pedido da campanha de Jair Bolsonaro (PL) relativo à inserções de rádios das regiões Norte e Nordeste e anunciou reviravolta no caso. O presidente do TSE afirmou que denúncia das inserções é “desprovida de lastro probatório mínimo” e encaminha caso para corregedoria eleitoral apurar uso de fundo partidário.
Conforme a decisão, o software usado para a produção do relatório apresentado pela campanha de Bolsonaro ao TSE considerou que tinham deixado de ser exibidas uma série de inserções do presidente que, na realidade, foram veiculadas normalmente.
Os arquivos em áudio dessas propagandas com o registro da exibição nas rádios podem ser checados nos próprios arquivos disponibilizados pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, ao TSE e ao público.
Segundo um relatório e já encaminhado ao gabinete do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, só em uma rádio, a Bispa de Recife, foram encontradas nove inserções de Bolsonaro que a Audiency, firma contratada pela campanha, não contabilizou.
Algumas das rádios contatadas disseram que não receberam da campanha de Bolsonaro propagandas eleitorais. A campanha de Bolsonaro alegou ao TSE que oito emissoras deixaram de veicular inserções obrigatórias para favorecer o candidato do PT. Quatro delas afirmaram ao Jornal O Globo que não tiveram acesso às peças.
Após o anúncio, Bolsonaro convocou reunião ministerial de emergência no Palácio do Alvorada e realizará coletiva de imprensa em instantes.