Pequim tem maior número de horas abaixo de 0ºC em dezembro desde 1951
Capital também teve nove dias seguidos de temperaturas abaixo de -10ºC
A população brasileira está tendo mais orgulho em se reconhecer mais “escurecida”. Essa é uma constatação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil após os mais recentes resultados do Censo 2022, que revelaram que 55,5% da população se identifica como preta ou parda.
O levantamento divulgado na sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que os pardos são 45,3% da população e superaram a quantidade de brancos pela primeira vez desde 1872, quando foi realizado o primeiro recenseamento do país. Além disso, a proporção de pretos mais que dobrou entre 1991 e 2022, alcançando 10,2% da população.
O IBGE explica que a mudança no perfil étnico-racial do país não reflete apenas a questão demográfica, ou seja, nascimento ou morte de pessoas, mas também outros fenômenos sociais.
“Essas variações têm a ver com a percepção. Cor ou raça é uma percepção que as pessoas têm de si mesmas. Tem a ver com contexto socioeconômicos, contextos das relações interraciais”, disse o pesquisador Leonardo Athias.
Para a historiadora Wania Sant’Anna, conselheira do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdade Raciais (Cedra), o Brasil passa por “um momento de reconhecimento de pertencimento étnico-racial no terreno da negritude e da afrodescendência”.
Segundo ela, o resultado consolida uma trajetória que já vinha desde o recenseamento de 1991 e que “não tem volta”.
“O que comprova isso [reconhecimento com a afrodescendência] é essa mudança expressiva dos pretos, que mais que dobraram entre os anos 80 e os dias atuais”, aponta Wania, que também é presidente de governança do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e integrante da Coalizão Negra por Direitos.
A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Tatiana Dias Silva converge com a explicação de que não é apenas a questão demográfica que causou o aumento de negros na população.
“Tem alguns estudos da composição de componentes demográficos para identificar se tem mais taxa de natalidade e fecundidade da comunidade negra, e não conseguem justificar demograficamente essa mudança”, explica.
Debates
Wania Sant’Anna cita dois grandes fatores que explicam, na visão dela, o reconhecimento das pessoas com a negritude. Um são os debates públicos mais abertos sobre desigualdades raciais, racismo e preconceito.
“As pessoas são discriminadas por causa da sua cor. À medida que esse debate se torna público, os sujeitos pensam ‘isso poderia ter acontecido comigo porque essa é a minha cor, esse é o meu cabelo, esse é o meu território’. Então o debate sobre racismo tem contribuído muito”, avalia.
Outro fator, aponta Wania, são as manifestações culturais populares que falam sobre racismo, como música e literatura.
“A gente não pode esquecer o impacto que o hip-hop e o funk estão produzindo na população jovem e não tão jovem também. Esse debate fala de raça, racismo e cor de pele. Isso informa as pessoas. As pessoas não estão sendo informadas apenas pela branquitude”, disse.
O efeito dessa conscientização, acredita Wania Sant’Anna, aparece quando o recenseador pergunta às pessoas com qual raça se identificam.
A integrante da Coalizão Negra por Direitos ressalta que esses debates públicos não existiam com a mesma força décadas atrás.
A capital da China, Pequim, quebrou o recorde de horas de temperaturas abaixo de zero para um mês de dezembro, estabelecido em 1951, depois que uma onda de frio varreu partes do país e trouxe nevascas.
Partes do norte e do nordeste da China experimentaram um frio recorde desde a semana passada, com algumas áreas no nordeste atingindo -40º Celsius, à medida que o ar frio cortante descia do Ártico.
Até este domingo, um observatório meteorológico em Pequim registrou mais de 300 horas de temperaturas abaixo de zero, com início em 11 de dezembro, o máximo para um mês de dezembro desde que os registros começaram em 1951, de acordo com o jornal Beijing Daily, apoiado pelo Estado.
A capital também sofreu nove dias consecutivos de temperaturas abaixo de -10°C neste período, acrescentou o Beijing Daily.
Várias cidades da província central chinesa de Henan, a sudoeste de Pequim, estão vivendo uma crise de fornecimento de aquecimento, com a oferta de energia térmica na cidade de Jiaozuo sob pressão para garantir o abastecimento.
As caldeiras de aquecimento da JiaoZuo WanFang Aluminium Manufacturing, uma dos principais fornecedoras da cidade, quebraram, deixando algumas áreas com necessidade urgente de mais abastecimento, informou a mídia estatal neste domingo.
A empresa está se esforçando para consertar o defeito e espera retomar o fornecimento em 26 de dezembro, informou a imprensa estatal, sem especificar o número de caldeiras que quebraram.
A JiaoZuo WanFang Aluminium não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail pela Reuters.
A cidade irá suspender o fornecimento de aquecimento para a maioria das empresas, exceto aos prestadores de serviços essenciais, como hospitais e centros de idosos, para priorizar o uso residencial. No entanto, alguns complexos residenciais ainda serão impactados durante o período de manutenção dos equipamentos, segundo os meios de comunicação.
Duas outras cidades de Henan – Puyang e Pingdingshan – já suspenderam a oferta de aquecimento a departamentos governamentais e instituições administrativas para priorizar o uso residencial, disseram os governos locais, citando o clima extremamente frio.
A expectativa é que uma massa de ar quente vá do norte ao sul do país, elevando as temperaturas a partir do fim de semana.
A partir das 14h deste domingo (3h no horário de Brasília), as temperaturas em muitas áreas no centro e leste da China subiram um pouco, avançando em algumas áreas mais de 10°C, disse a autoridade meteorológica do país.
Fonte: Agência Brasil