Profissionais LGBTQIA+ temem preconceito e buscam por respeito no ambiente de trabalho
Uma pesquisa divulgada em junho deste ano ouviu pessoas LGBTQIA+ no Brasil e constatou que 70% dos entrevistados não se sentem seguros no ambiente de trabalho
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O medo do preconceito, da violência e de ter a carreira prejudicada de alguma forma ainda faz com que muitos profissionais LGBTQIA+ escondam sua orientação sexual no local de trabalho. Não é raro lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e assexuais se depararem diretamente com a homofobia no ambiente profissional.
Nesta segunda-feira (18), alguns telejornais exibiram reportagens sobre inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho.
Além da questão do preconceito, abordada no Bom Dia PE, outros assuntos contemplados são oportunidades de emprego para trans, no NE1, e capacitação profissional para esse público, no NE2.
Uma pesquisa da consultoria Mais Diversidade divulgada em junho deste ano ouviu 2.168 pessoas LGBTQIA+ no Brasil e constatou que 1.520 delas, o equivalente a 70%, não se sentem seguras no ambiente de trabalho.
Pelo menos, 1.236 acreditam que a sexualidade atrapalha o crescimento profissional. Muitos (759) presenciaram casos de preconceito dentro das empresas, o que explica porque 434 disseram não falar sobre a própria sexualidade ou identidade de gênero no local onde trabalham.
O mecânico Klebson Gouveia foi alvo de ataques homofóbicos por ser casado com a cabeleireira Danielly Manuelle da Silva, uma mulher trans.
“Se é um ambiente em que eu não me sinta seguro, não vale a pena eu estar”, disse Klebson à TV Globo.
Mesmo tendo amigos, inclusive dentro da empresa, que o apoiaram diante do preconceito que sofreu, Klebson contou que, no momento, pretende se resguardar. “A cabeça está aquele peso”, declarou.
O mecânico denunciou o caso na Delegacia de Paulista, que investiga os gestores da empresa e outros dois funcionários por crime de homofobia. Os funcionários foram demitidos.
De acordo com a psicóloga Rosana Freire, especialista em recrutamento, uma das formas de garantir um ambiente acolhedor no local de trabalho é entender os profissionais que compõem a equipe.
“Para que eu possa respeitá-la, para que eu possa apoiá-la, eu preciso saber quem é essa pessoa. E para ela me dizer quando é que ela se sente respeitada. Porque quem tem que dizer isso são as pessoas. E não eu adivinhar ou vir com o meu padrão da minha empresa, com o meu modelo e, simplesmente, colonizar essas pessoas, que é o que acontece muito”, afirmou Rosana.