Israel e Hamas entram em acordo para liberação de 50 reféns
Liberação dos reféns em poder do grupo islamista será troca de presos palestinos e de uma trégua na Faixa de Gaza após semanas de guerra
Na madrugada desta quarta-feira (22), Israel e Hamas chegaram ao acordo para liberação de pelo menos 50 reféns em poder do grupo islamista em troca de presos palestinos e de uma trégua na Faixa de Gaza após semanas de guerra.
“O governo aprovou as linhas gerais do primeiro estágio de um acordo pelo qual pelo menos 50 pessoas sequestradas – mulheres e crianças – serão libertadas nos próximos quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nos combates”, disse o governo israelense em uma nota enviada à AFP.
De acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, seu gabinete estava sob pressão das famílias das quase 240 pessoas sequestradas pelo grupo islamista em seu ataque de 7 de outubro, que também deixou 1.200 mortos, a maioria civis.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva contra Gaza com o propósito de “aniquilar” o Hamas, que já deixou mais de 14 mil mortos neste território, vítimas dos bombardeios incessantes e das operações terrestres israelenses.
A guerra continua
O Catar, mediador das negociações ao lado dos Estados Unidos e do Egito, confirmou o acordo para uma “pausa humanitária”, que terá o início “anunciado nas próximas 24 horas e vai durar quatro dias, com a possibilidade de prorrogação”.
Fontes dos dois lados informaram que o acordo contempla a libertação de entre 50 reféns sob poder do Hamas em troca de 150 presos palestinos que estão em Israel. Nos dois lados do conflito, as pessoas mais afetadas são mulheres e crianças, segundo o Hamas. Um dirigente do Hamas disse à AFP que a troca começará na quinta-feira (23) com a libertação de 10 reféns israelenses e 30 prisioneiros palestinos e que “os demais serão libertados antes do final do quarto dia” da trégua.
Um funcionário de alto escalão da Casa Branca afirmou que entre os liberados estarão três americanos, incluindo uma menina de três anos. Também destacou que os Estados Unidos esperam que o Hamas liberte “mais de 50 reféns”. O presidente americano, Joe Biden, afirmou que está “extraordinariamente satisfeito” com a notícia da libertação em breve dos reféns, assim que o acordo “for plenamente aplicado”.
O acordo de trégua não vai significar o fim da guerra na Faixa de Gaza, destacou o governo de Israel em um comunicado. “O governo israelense, o Exército israelense e as forças de segurança vão continuar a guerra para trazer de volta todas as pessoas sequestradas, eliminar o Hamas e garantir que não exista nenhuma ameaça para o Estado de Israel procedente de Gaza”, afirmou o Executivo na nota sobre o acordo.
O movimento palestino Hamas também se mostrou desafiador em seu comunicado: “Confirmamos que nossos dedos vão continuar nos gatilhos e que nossos batalhões triunfantes vão permanecer de prontidão.”